segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

A LÍNGUA COMO ARMA POLÍTICA

Tenho cá para mim como certo  e sabido que as línguas nacionais voltarão a ser, neste século de ressurreição dos nacionalismos, importantes instrumentos nas estratégias geopolíticas das nações: sejam elas, por um lado, já Estados, querendo fortalecer-se, defender-se ou expandir-se; ou, por outro, visando ainda a independência.
Portugal sabe bem o que isso significa, pois sofreu na pele, durante seis penosas décadas, o domínio político espanhol, o qual foi longamente preparado pelos castelhanos, ao infiltrarem o nosso País, logo desde o início do século XVI, com a sua cultura e a sua língua, perante o deslumbramento de muitos idiotas úteis que julgavam ser de bom tom falar e escrever nesse idioma vizinho. Assim, quando fomos política e militarmente anexados, o caldo cultural já estava feito e a resistência nacional foi quase inexistente. Desta forma se planeiam as conquistas e as revoluções: antes dos exércitos, avançam as artes e as letras.