quinta-feira, 30 de novembro de 2017

UM RETRATO QUE É TODA UMA BIOGRAFIA NO DIA DA PARTIDA DO POETA

Retrato do Poeta Fernando Pessoa, 1954
JOSÉ DE ALMADA-NEGREIROS (1893 — 1970)
Óleo sobre Tela, 200 x 200 cm
Câmara Municipal de Lisboa / Museu da Cidade
(em exposicão na Casa Fernando Pessoa, Lisboa).

sábado, 25 de novembro de 2017

BLOGUE EM DESTAQUE

25 DE NOVEMBRO HISTÓRICO

Goa foi conquistada por Afonso de Albuquerque em 1510.

25 DE NOVEMBRO LITERÁRIO

Esta data está ligada a dois escritores muito meus: nasceu Eça, em 1845; morreu Mishima, em 1970. Hoje ao serão irei relê-los, pois essa é a melhor maneira de homenageá-los.

domingo, 19 de novembro de 2017

HISTÓRIAS DE BIBLIÓFILOS

Ainda sou do tempo em que entrando em qualquer boa casa portuguesa logo se avistavam livros. Nalguns casos, com direito a livraria (fórmula pela qual era designada a biblioteca particular, antes do comércio se ter apropriado totalmente da palavra). Hoje em dia, pelo contrário, são escondidos nos corredores, quando existem. A mudança deu-se numa só geração.
Dizem-me agora que os livros já não têm valor e que ocupam muito espaço. Assim, viúvas e filhos quase que pagam para se verem livres dos livros deixados por quem muitas vezes levou uma vida inteira a coleccioná-los.
Nestas andanças, um coleccionador designa-se por bibliófilo — alguém que tem amizade aos livros. Movido por esta amizade, que logo passa a paixão e culmina em amor, o bibliófilo não resiste a parar e entrar em todo e qualquer sítio que tenha o objecto do seu desejo, desde a livraria comercial, com as últimas novidades nos escaparates, até — e principalmente — aos velhos alfarrabistas, que contêm as obras antigas e raras, ou apenas arredadas do mercado, pois que cada vez mais, na sua febre de lucro, as lojas reenviam para as editoras os livros não vendidos, após uma ou duas semanas, para darem rapidamente lugar a outros acabados de vir a lume; e, assim, pouco depois, como que por artes mágicas, os primeiros aparecem nos livreiros-alfarrabistas. Esta velocidade pode mesmo ser alucinante.
Certa vez, aconteceu-me receber um convite para o lançamento de um livro, ao qual não pude comparecer. No dia seguinte, à hora do almoço, passei num alfarrabista e aí estava essa monografia à venda, com dedicatória e tudo! Alguém lá foi, o comprou (ou recebeu como oferta do autor), recolheu o autógrafo do escritor, leu-o na diagonal ao serão, e de imediato o empandeirou na manhã seguinte.
Mais triste do que isto só mesmo quando me deparo com livros à venda marcados por ex-libris de pessoas com quem convivi e admirei e sei terem descendentes directos, os quais optaram portanto por nem sequer dividi-los entre si nas partilhas. Às tantas, mais valendo isto, porque possibilita um bibliófilo criterioso comprar essa biblioteca, ou núcleos dela com interesse, fazendo-a até chegar a uma instituição pública nacional, onde todos os que gostam de ler possam ter acesso às obras, do que ir a casa de alguém e ver nas prateleiras, à laia da biblots, ao sabor das cores das encadernações, livros dispersos de obras em vários volumes — uma enciclopédia, a obra completa de um escritor, etc.
Para rematar estas histórias trágico-cómicas, não resisto a contar aqui a melhor que presenciei: estando eu numa loja dum conhecido livreiro-alfarrabista, vejo entrar uma emproada criatura de meia-idade, toda aperaltada, que dispara para a jovem que lá estava a trabalhar: «Tem livros antigos de Direito?». Responde a rapariga: «Que autores procura?» Vocifera a serigaita: «O que eu quero são boas encadernações, para o escritório do meu marido». Conclui a empregada, revelando-se bibliófila: «Enganou-se no sítio, isto aqui não é uma loja de decoração».
Bibliófilo é pois alguém que tem um profundo respeito pelos livros, como entes amados, e dedica grande parte do tempo ao seu convívio — procurando-os, mirando-os, namorando-os, acariciando-os, cheirando-os, conquistando-os, aprendendo com eles, guardando-os perto de si. Note-se que o bibliófilo tem em princípio e por princípio um género preferencial ao qual dedica as suas apaixonadas energias de busca e aquisição; por exemplo: Poesia inglesa, ou História de Portugal, ou Romance francês do século XIX, ou Incunábulos, ou primeiras edições de Camilo e Eça, ou Livros de Arte, etc. e tal.
Ah!, e há ainda, por estranho que pareça, um pequeno nada que é tudo: o bibliófilo lê os seus livros.
Por fim, contrariamente a outros amores, este pode e deve ser partilhado. Surgem assim as tertúlias literárias, que têm como principal tema os livros e que servem para despertar ou consolidar amizades entre pessoas com afinidades culturais. Aí se partilham experiências, se mostram livros, se fala sobre eles, e muitas vezes surgem projectos comuns. Também estes encontros, infelizmente, se têm vindo a perder, invocando alguns membros destes grupos a famigerada «falta de tempo», que faz pendant com a «falta de espaço», a tal que leva a expulsar os livros de casa.
Nota: Texto que escrevi como convidado do blogue Delito de Opinião e que agora publico no Eternas Saudades do Futuro.

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

DÚVIDA ARQUITECTÓNICA NO DIA DE DUARTE PACHECO

Manuel da Maia riscou a Lisboa do século XVIII, Ressano Garcia traçou a Lisboa do século XIX, Duarte Pacheco fez a Lisboa do século XX. Quem desenhará a Lisboa do século XXI?

FOR EDIE (CIAO BABY)


quarta-feira, 15 de novembro de 2017

PARA A COMPREENSÃO DA VERDADEIRA AMÉRICA

Cinematografia é o conjunto de filmes produzidos por um País. Filmografia é o conjunto de fitas realizadas por um cineasta. Contudo, certas filmografias são mais reveladoras da identidade cultural de um Povo do que as suas cinematografias. Assim, a matriz profunda dos Estados Unidos da América descobre-se toda visionando apenas — com olhos de ver —  a obra completa de sòmente três autores; respectivamente, do Cinema Mudo, Sonoro e Moderno: D. W. Griffith, John Ford e Clint Eastwood. Está lá tudo.

terça-feira, 14 de novembro de 2017

AUTOR E COMANDANTE PARA HOJE E SEMPRE

Gabriele D'Annunzio.

DA MÚSICA

A música acompanha-nos ao longo das várias idades: desperta emoções na juventude e provoca recordações na maturidade; por essas e estas, gera as mais fortes afinidades.

MATÉRIA E ESPÍRITO NA CRISE CONTEMPORÂNEA OCIDENTAL

Confortem-se os estômagos e alimentem-se os cérebros, pois estes últimos — que são, realmente, os primeiros — também estão necessitados de cultura como de pão para a boca; e, depois, esperemos que neles se gerem e formulem soluções de futuro. 

DIA DE SÃO MARTINHO

Neste São Martinho não comi castanhas mas bebi vinho e assisti a uma interessantíssima conferência, sobre o Islão visto do Ocidente, seguida de cativante conversa com o palestrante. 

IMAGENS-EM-MOVIMENTO-EM-ESCRITA-AUTOMÁTICA-DE-PRIMEIRO-GRAU-PARA-2017-2018

Lumière-Méliès-Edison-Griffith-Vertov-Eisenstein-Murnau-Lang-Sjöstrom-Stiller-Gance-Renoir-Hitchcock-Dalí-Rossellini-DeSica-Visconti-Fellini-Dreyer-Pabst-Kazan-Coppola-Riefenstahl-Scorsese-Wong-Truffaut-Bergman...

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

DIÁLOGOS DOS CORVOS DE LISBOA A VEREM QUEM PASSA

Olha aqueles dois, iguaizinhos...
Não podiam ser mais diferentes.
Como assim?...
Andaram no mesmo liceu, mas não são da mesma escola; pertencem ao mesmo meio, mas não são da mesma cêpa.

terça-feira, 7 de novembro de 2017

DOIS LIVROS PARA O DIA DE HOJE

Fascismo e Comunismo, de François Furet e Ernst Nolte, tradução Francisco Agarez, colecção Trajectos, n.º 44, edição Gradiva, Lisboa, 1999.
Comunismo e Nazismo — 25 Reflexões sobre o Totalitarismo no Século XX (1917-1989), de Alain de Benoist, tradução Júlio Sequeira, prefácio Jaime Nogueira Pinto, colecção Dissidências, n.º 5, edição Hugin, Lisboa, 1999. 

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

WAVE


LOVE WILL TEAR US APART


VIAGENS E LINHAGENS MUSICAIS

Do Rock à Bossa Nova, com Nouvelle Vague; da Bossa Nova ao Fado, com Carminho.

sábado, 4 de novembro de 2017

ESQUERDA VERSUS DIREITA

A esquerda portuguesa é laica, republicana e socialista. Para que não houvesse dúvidas nem equívocos, um histórico chefe-de-fila dela fez esta conhecida síntese. Na verdade, trata-se de uma antítese, porque foi feita contra os tradicionais valores de Portugal. Tem assim também a vantagem de nos relembrar que a direita portuguesa é católica, monárquica e nacionalista.

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

DAS AFINIDADES SECRETAS

As pessoas com quem mais nos damos não são necessariamente aquelas com que partilhamos mais afinidades. Parece estranho, mas é verdade. Assim, acontece, por outro lado, haver pessoas com quem temos em comum imensos interesses culturais, estéticos, e muitos outros que tais; mas, com as quais não convivemos habitualmente. Para isso assim ser, existem várias razões que não vale a pena agora aqui abordar, porque do foro da psicologia, ciência que não domino e até abomino. Porém, é certo e sabido que, havendo também comunhão de educação e espírito, acabaremos por ter trajectos paralelos, pontuados por variados cruzamentos sociais e  até alguns encontros marcantes, onde fica à vista a nossa subliminar sintonia. Além disto, estes caminhos paralelos são invisivelmente ligados por amigos íntimos concomitantes. Portanto, almas destas terão sempre entre si uma permanente e eterna afinidade secreta. Assim era a minha especialíssima relação com um amigo agora desaparecido.

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

O ÁLBUM DE BANDA DESENHADA DO ANO