segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

A IDENTIDADE LUSITANA VISTA DO OUTRO EXTREMO DA EUROPA

Recentemente, numa actividade social (das pouquíssimas a que actualmente vou), tive oportunidade de trocar ideias com uma bonita, inteligente e culta jovem senhora (combinação raríssima, hoje em dia). Era russa. Conversámos em inglês, pois, para mal dos meus pecados, ainda não venci a preguiça e me decidi finalmente a aprender russo. Em princípio, falo francês com os russos, o que faz toda a diferença, devido às afinidades culturais entre esses dois nobres povos; mas, para já, as considerações sobre essa problemática ficam para uma futura mensagem neste blogue.
Agora, vamos ao que interessa: depois de falarmos de Tolstói e Dostoiévski, Camões e Pessoa, e tutti quanti, disse-me que lhe tinham apresentado Portugal como sendo um país mediterrânico e confessava-se agradavelmente espantada com o facto de estar, pelo contrário, de facto, perante uma pátria atlântica; rematou afirmando que a Rússia e Portugal têm imensas afinidades espirituais, porque são duas nações com Antiguidade e Alma.
Ouvir estas opiniões — que também são muito minhas e que vão contra a corrente dos habituais lugares-comuns impingidos pelos imbecis discursos politicamente correctos  —, vindas da boca da bela russa, fez-me sentir que, volta e meia, vale a pena sair de casa.