sábado, 21 de março de 2015

UMA LINHAGEM ESPIRITUAL DE CHEFES POLÍTICOS FRANCESES

Os povos precisam de chefes, como de pão para a boca; mais do que de programas políticos, cujos conteúdos dificilmente conseguem descodificar. E, para detectar os líderes, têm um faro invulgar. Há quem lhe chame «sabedoria popular». Com este ou outro nome, o facto é que possuem este dom. E, mais ainda, contrariamente ao que por vezes se afirma, os povos também têm memória. Assim sendo, conseguem olhar para uma pessoa e ver nela a reencarnação de outras que se distinguiram no comando da nação, estabelecendo deste modo um invisível fio-condutor entre elas.
Vem tudo isto a propósito do que se está a passar em França: os franceses, instintiva e intuitivamente, sentiram em Marine Le Pen a natural sucessora de Joana d'Arc, Napoleão Bonaparte e Charles de Gaulle. Poderá parecer estranho, e dificilmente explicável à luz da razão; contudo, a mim, e mesmo que a ciência política possa rebater esta tese, esta linhagem espiritual de chefes políticos franceses afigura-se-me clara como água.