terça-feira, 31 de dezembro de 2013

PROLEPSE

Passo de seguida a revelar os meus dois principais projectos para 2014:
1. Realização da minha quinta exposição individual de Fotografia.
2. Publicação do meu primeiro Livro.
Deus me dê engenho e arte para tanto.

ANALEPSE

Faz agora um ano, enunciei e anunciei aqui as seguintes sete intenções. Com a ajuda de poucos, mas muito bons, todas foram cumpridas.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

CADERNOS INTERATLÂNTICOS (49)

Julgo que Utopia of Usurers é a primeira e única obra que Chesterton escreve com a raiva a queimar-lhe a alma. Nas suas páginas o Príncipe do Paradoxo não apenas critica mas profetiza. É a pobreza física dos permanentemente pobres, é a pobreza moral e espiritual de uma classe média cada vez mais reduzida, é a responsabilidade dos muito ricos - os novos senhores, "reis que não prestaram juramento nem nos conduziram a nenhuma batalha". O capitalismo pode ser tão ateu, tão desalmado e tão perverso quanto o comunismo: mastiga as pessoas antes de as expelir. Ao dissociar "corpos" e "almas" o sistema esvazia o conteúdo autêntico da vida humana, transformando-a em mera rotina para o incremento da lucratividade do capital. Não é por acaso que este foi o único livro de Chesterton não publicado inicialmente em Inglaterra – ai daqueles que ousam condenar o supremo "casal" capitalismo/comunismo e propor uma alternativa superadora! Ao contrário do que as pessoas normalmente pensam, muito capitalismo não significa muitos capitalistas – significa, sim, poucos. O processo de concentração do capital materializado na hegemonia das mega-empresas e dos mega-bancos que controlam os mercados, com estes, por sua vez, cada vez mais unificados, trazem à mente o Distributismo concebido Chesterton e Belloc. A partir da condenação simultânea do capitalismo liberal e do socialismo colectivista, os dois apologistas católicos formularam uma alternativa baseada na pequena propriedade familiar, no trabalho do artesão, no regresso ao campo e à natureza. E por falar em capitalismo liberal e socialismo colectivista, parece que a História vai confirmando que tanto um como o outro são, de facto, irmãos, filhos do mesmo papá e da mesma mamã. Com o primeiro suga-se tudo, com o segundo envenena-se. Esta tem sido a receita infalível de uma certa elite mundial animada por aquilo a que o grande Padre Meinvielle chamou “um desejo insolente de dominação”. Conhecer bem o inimigo é a primeira lição. Não ter medo de o enfrentar é a segunda.

Até para a semana, se Deus quiser.

Marcos Pinho de Escobar

domingo, 29 de dezembro de 2013

2014 D. C.

Bom Ano Novo com Saúde e Trabalho para todos os meus leitores e suas famílias.

LIVRO PARA HOJE E SEMPRE

Juízo Final, Franco Nogueira, Civilização, Porto, 1992.

sábado, 28 de dezembro de 2013

AFINAL AINDA HÁ REVISTAS E DAS BOAS

DO FUTURO DO CINEMA PORTUGUÊS

Um País que não tenha uma Cinematografia própria, reconhecida de imediato a olho nu pelos cinéfilos do mundo inteiro através das suas marcas identitárias, não tem futuro. Não se trata de filmar o folclore e de registar as belas paisagens — a publicidade (institucional e comercial) tomou conta desse departamento, para vender o seu peixe, e até o faz bem.

O que quero dizer com isto é que Portugal precisa de fazer um Cinema com uma linguagem autêntica, que corresponda de facto ao modo de pensar e sentir dos Portugueses. O teste parece-me fácil: se o público gostar é porque os filmes são genuínos. Este tornou-se, aliás, o principal problema; as pessoas andam zangadas com os filmes portugueses. Como às vezes sucede na vida, até se zangam com o que desconhecem; mas, cheira-lhes que nem vale a pena espreitar. E — atente-se —, o povo é sábio nos seus instintos, por mais ignorante que possa parecer e — hoje, infelizmente — ser.

O Cinema é uma necessidade cultural do século XXI, como já tinha sido, também, durante todo o século XX — ou, pelo menos, desde que criou, para si próprio, as bases estéticas para se exprimir de forma autónoma em relação às outras Artes (esse nascimento da linguagem cinematográfica deu-se com Griffith, em 1915). Portanto, se um País não for capaz de criar produtos no domínio da maior indústria cultural conhecida, é lícito afirmar-se que está a abrir uma brecha para a entrada de filmes estrangeiros que venham ocupar esse espaço. Não há aqui qualquer nostalgia do tipo «patriotismo da sardinha assada», que, desde sempre, me repugna. Há, isso sim, a consciência de que um Povo só tem futuro se existir culturalmente, e que, sendo o Cinema a maior e mais moderna forma de expressão artística, quem não tem filmes, a que possa chamar seus, é como quem não tem Língua.

Os filmes de uma Cinematografia Nacional reconhecem-se de imediato. Todos nos quedamos fascinados perante o Cinema Clássico Americano (o das décadas de 1930 e 1940), como certamente admiramos — os que o conhecemos… — o Cinema Mudo Alemão e Russo, ou, ainda, nos identificamos com o Cinema Moderno Italiano e Francês, para só falar dos exemplos mais divulgados da História do Cinema.

A estas fitas associamos rostos e corpos — as «estrelas» (do que os americanos chamaram «Star System»). Reside aqui uma lacuna nacional a superar urgentemente: o Cinema Português precisa de novas estrelas, como de pão para a boca. São elas que alimentam os sonhos dos espectadores na sala escura, através de processos de identificação ou negação, amor ou ódio, fascínio ou repulsa (sem entrar em tretas psicanalíticas, que só servem par esvaziar de magia e sensualidade personagens e pessoas). Certo, certinho, é que sem o brilho das estrelas o Cinema não cativa. Uma estrela é mais do que um bom actor. Tem aquele «não sei o quê» que só o espectador, no seu íntimo, sabe reconhecer; e, primeiro do que ele, o realizador — a quem cabe a tarefa de descobrir, revelar e lançar esses seres únicos. Apesar de tudo, Portugal teve já as suas «divas» do celulóide.

Outro aspecto fundamental a não perder de vista são as histórias que estão na base dos filmes. Tecnicamente designados por argumentos ou guiões — após a sua passagem para linguagem cinematográfica —, é nestes que reside o segredo do sucesso das películas.

A propósito, ocorre-me dizer o seguinte: «Pela boca morre o peixe»; isto é, podemos ter uma iluminação magnífica, belos enquadramentos, actores irrepreensíveis, e tudo o mais; mas, se os diálogos forem ridículos — sabem do que estou a falar… —, a fita não tem pernas para andar.

Antes de chegar aos diálogos, no entanto, o tropeção pode ainda dar-se numa outra fase — na história, propriamente dita (aproveito a ocasião para perguntar se alguém sabe porque carga de água é que ultimamente aparece história impropriamente escrita?...). Esta, pode ser baseada numa obra literária (falando-se, assim, em adaptação), ou escrita de raiz (argumento original). Aqui, é obrigatório ter a noção de que escrever para Cinema não é o mesmo do que escrever um livro ou ser-se jornalista… Há toda uma técnica que urge aprender e dominar. Graças a Deus, temos bons exemplos portugueses para estudar.

Se o Cinema é a Arte da repetição (mas essa é outra conversa), aproveito para deixar aqui mais um dito que anda na boca do nosso povo há anos, e que reza mais ou menos assim: «Tendo nós novecentos anos de História, com tantas histórias, porque é que não retiramos daí inspiração para criarmos argumentos para os nossos filmes?». Pois… Não sei, ou prefiro não saber. Mas, é fácil de perceber que a vida de Dom Afonso Henriques daria uma extraordinária longa-metragem, com todos os ingredientes de que os espectadores gostam: um herói, acção, aventuras, perseguições, sexo, amor, batalhas, viagens, paisagens, mistério, segredos, traição, ódio, sangue, e por aí fora… Já que estamos lançados, aproveito para lembrar que todo e qualquer um dos nossos Reis daria um filme de fundo bom em qualquer parte do planeta. Não é exagero, é uma convicção formada no visionamento e análise de centenas de filmes históricos. Um possível slogan para estas películas de época seria: «Oitocentos anos de Monarquia são a nossa garantia».

Pelo meio — entre as histórias, que se escrevem e planificam a fim de passarem a imagens em movimento com som e tudo, e as estrelas, também já nossas conhecidas, que brilham na tela — ficam os recursos técnicos de várias áreas estéticas: imagem, som, montagem, direcção artística (cenários e guarda-roupa). Nestas matérias, não julgo haver problemas de maior. Afinal, temos dos melhores profissionais do mundo nestes ofícios artísticos. Bem sei que alguns andam lá por fora a lutar pela vida, mas talvez regressem para ajudar a criar, definitivamente, uma Indústria de Cinema em Portugal. Havendo mercado, haverá dinheiro e remuneração condigna para quem a merece.

Falemos então agora de mercado, palavra que aparentemente não cola com Arte. Mas se não casar é que é o diabo, pois a Arte ficará solitária e estéril… É chegada a hora de deitar fora todos os preconceitos contra a relação dos filmes com o público. As fitas só têm razão de ser na medida em que comuniquem com as pessoas e que estas se revejam nas películas. Tudo isto pode — e deve — ser feito sem cedências de carácter artístico. Um bom filme deve ser fruído por toda a gente (note-se que o público não é uma massa e é composto por indivíduos de culturas e sensibilidades distintas), com prazer e proveito, à medida dos seus apetites estéticos, ou, simplesmente, lúdicos.

Entendamo-nos: os mais simples contentar-se-ão com a superfície do filme, os mais atentos mergulharão na história, e os mais exigentes tirarão as suas próprias conclusões. As grandes fitas estão assim construídas. São feitas a pensar em todos, mas à medida das necessidades e capacidades culturais de cada um.

É tudo tão simples que quando oiço para aí certos pequenos e médios intelectuais da nossa praça a escreverem palavras extraordinárias sobre Cinema, que só servem para complicar o que é claro como a água límpida, até me arrepio todo.

Finalmente, guardei ainda um pouco de tinta para falar de financiamentos. Embora Portugal tenha hoje — mais do que nunca — uma burguesia burgessa, inculta, e pouco dada a investimentos culturais (salvas raríssimas e honrosas excepções), é aí — apesar de tudo — que reside a esperança para um salto de escala da produção nacional. Os cineastas do futuro terão de libertar-se dos subsídios, e começar a pensar na preparação dos seus projectos com outras mais saudáveis engenharias financeiras. Todas as grandes Cinematografias estrangeiras (tirando a Soviética) se edificaram sobre uma estrutura económico-financeira empresarial privada. Já tinham reparado nisso?

E, por aqui me fico, antes que ofenda alguma alma mais sensível de algum confrade cinéfilo...

Apesar de todo o meu desgosto, atrás expresso, em relação ao actual panorama do Cinema Português neste ano de 2013 (sendo sério, não poderia ter dito outra coisa), a minha esperança é muito maior do que o meu pessimismo e acredito no surgimento, no século XXI, de uma Indústria de Cinema em Portugal (feita por portugueses, mas aberta às co-produções lusófonas e europeias) capaz de produzir obras suficientes, em qualidade e quantidade, para serem exportadas para o planeta inteiro, superando barreiras linguísticas com boas traduções e legendagens, e, especialmente, tratando assuntos que cativem os públicos mundiais pela sua originalidade e identidade.

Em frente, Cineastas do meu País!

Nota: Artigo escrito para a revista online Alameda Digital e republicado em novas versões nos blogues Eternas Saudades do Futuro, Jovens do Restelo, Delito de Opinião, no jornal O Diabo e na revista Finis Mundi.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

CARTEIRA DE SENHORA

DIA 99 

Este foi o segundo Natal da carteira. Gosta bastante, mas nem imagina o que um Natal nos evoca de memórias. Da festa mas também dos que já não estão.

Sou sortuda. Sempre celebrei o Natal. Diria vários, até. Diferentes na celebração, iguais no significado.

Na véspera, na família do pai, avó, doze netos e respectivos pais, era um Natal com presépio e A árvore, majestosa e dominadora do olhar, com posterior direito a lugar no jardim, em perfeita reciclagem antes sequer de alguém pensar que tal coisa existia. Cantava-se em português e alemão, naquela família meio espanhola. Na árvore estavam pendurados guarda-chuvas de chocolate, um para cada neto, e nós esperávamos gulosamente a hora da sua distribuição. Terei ido algumas vezes à missa do Galo, mas poucas. A mãe levava-nos à missa do dia.

De manhã era a correria para os sapatos na ânsia de ver se o Menino Jesus tinha deixado um presente. Era o único dia do ano em que acordávamos cedo de bom grado. Já contei algures sobre um certo Natal em que a mãe nos resolveu presentear com instrumentos musicais de brinquedo (uma flauta, uma viola e um tambor) pensando, na sua inocência, serem ajuda eficaz no nosso despertar para a música. Jurou para nunca mais, porque lhe entrámos quarto adentro logo de manhãzinha, cada qual com o seu instrumento, num chinfrim indescritível, destruindo irremediavelmente o descanso da noitada anterior.

No dia 25, o almoço era outra vez com a família do pai e à tarde, visitávamos uma tia-avó que seguia a tradição açoriana do Menino Jesus, vestido de branco, com sementeiras de trigo ao lado, já germinado por esses dias. Durante a visita não perdíamos o circo Billy Smart, tradição natalícia da televisão, na altura. Para sempre ficou associada a tia-avó ao circo Billy Smart

O jantar ficava para o lado da mãe. Avó, seis filhos e dezasseis netos. Aqui não havia árvore, só um presépio, montado em cima de uma cómoda. Ao lado da avó, que nos dava o exemplo, rezávamos de joelhos ao Menino e cantávamos o “Alegrem-se os céus e a terra”. Mesa gigante e peru vindo do Alentejo, visto dois dias antes a passear no jardim tropeçando de bêbado contra os buxos. Os nossos muitos tios encarregavam-se de tornar essa noite na mais divertida do mundo, sobretudo durante a distribuição dos presentes, e os primos eram compinchas das mil e uma brincadeiras possíveis pelos muitos recantos da casa. Não havia as tecnologias do umbigo, nessa altura. E o serão continuava, connosco absortos nas conversas dos adultos, interessantes, inteligentes e divertidas, sempre acompanhadas de desenhos, que espreitávamos por entre os buracos deixados pelos seus braços ou nos intervalos das cadeiras à volta da camilha.

São os avós o alicerce da família. São as casas dos avós os quartéis-generais do Natal. Com o seu desaparecimento os Natais foram sendo reorganizados e divididos, mas não esqueceremos nunca aqueles. Os grandes. 

A diminuição do tamanho das famílias e das casas vai tornando mais difícil reviver estes Natais de outrora. São outros os Natais. 

Mas em todos eles e para todos nós há uma certeza. Nasceu-nos um Menino. A Luz.

Leonor Martins de Carvalho

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

NATAL

Natividade, 1650-1660
JOSEFA DE ÓBIDOS (1630 — 1684)
Óleo sobre Cobre, 16 × 21 cm
Colecção particular

DA LÍNGUA PORTUGUESA

Durante muitos e bons séculos, a Língua Portuguesa cresceu bem e evoluiu ainda melhor, de forma natural e orgânica. Depois, veio a República e tentou «reformá-la», logo em 1911. De lá para cá, tem sido um desvario: 1945, 1973, 1975, 1986, 1990; enfim, a famosa pulsão igualitária e unificadora da Revolução, que quer fazer à força tábua-rasa da Tradição. 

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

CADERNOS INTERATLÂNTICOS (48)

A família de um querido amigo já falecido – um dos grandes diplomatas que já passaram pelas Necessidades – teve a bondade de facultar-me o acesso a sua correspondência com Salazar, assim como às cartas trocadas com Marcello Caetano.

Mediando os quarenta, e a chefiar uma embaixada de primera ordem, o meu amigo cogita abandonar a carreira e dar novo rumo à vida. Via Ministro dos Negócios Estrangeiros o assunto chega aos ouvidos de Salazar. De próprio punho este escreve ao diplomata uma primorosa carta de sete páginas exortando-o a reconsiderar. Com lógica implacável Salazar elenca as razões pelas quais Portugal não pode dar-se o luxo de abrir mão da colaboração de um dos seus “melhores valores”. A missiva surtiu o efeito desejado: em menos de dois meses lá estava o diplomata a assumir uma das embaixadas vitais para a política externa portuguesa em tempos de ataque ao Ultramar. É aí, em período de gravidade para a Nação, que vai desenvolver uma acção a muitos títulos brilhante, realizando plenamente os objectivos de política estabelecidos em Lisboa, e elevando o prestígio de Portugal a patamares nunca atingidos – e que nunca mais voltariam a sê-lo.

Passa o tempo. Salazar sofre o acidente vascular cerebral que o incapacita e é substituído por Marcello Caetano. Nas palavras deste, habituados tanto tempo ao governo de um “homem de génio”, os portugueses teriam de acostumar-se ao governo de “um homem como os outros”...

Ao fim de cinco exitosos anos no exercício da missão confiada por Salazar, o meu amigo resolve despedir-se da carreira. Marcello Caetano responde com uma pequena nota, na qual lamenta a decisão tomada, indicando, porém, que não tentará demovê-lo da ideia. E com isso dá-se o assunto por encerrado. Em substituição ao diplomata expoente da sua geração Caetano nomeia pessoa completamente estranha à arte das Relações Internacionais. Homem inteligente e culto, decerto, mas cuja acção política consistiria – na sua própria expressão – em “conquistar o país com vinho do Porto e queijo da Serra.” E assim, muito folcloricamente, encetou-se a descida do plano inclinado.

Se ainda tinha alguma ilusão a respeito da actuação de Marcello Caetano ao leme da nave Portugal, a leitura de um par de cartas serviu para pulverizá-la. O eminente catedrático demonstrou não importar-se com a saída voluntária de um dos grandes elementos da nossa diplomacia. Não julgou necessária a nomeação de um substituto equipado com os conhecimentos e a experiência mínimamente adecuados. Dir-se-ia que para Marcello Caetano a missão política, até então executada com mestria, deixava de importar.

De tudo isso fica a imagem de um homem que, perante graves problemas e dificuldades e, sobretudo, frente a um inimigo capaz de tudo, sempre alerta e pronto a ocupar qualquer espaço deixado sem guarda, reduz-se ao imobilismo. Não querendo, não podendo, ou não sabendo reaccionar com decisão, este homem, preso à imobilidade e à dúvida, assiste, impassível, à formação da negra tempestade sobre a linha do horizonte. Espírito derrotista, espera sentado, e com os braços cruzados, o desfecho de algo que pode e deve ser enfrentado com fé, com decisão, com acção. Mas não quer ou não pode ou não sabe agir. Nem mesmo reagir. Considerando-se vencido de antemão fecha-se em si mesmo e incarna o papel mais cómodo de eterna vítima – da voragem da História, dos acontecimentos, dos homens, próximos e longínquos.

O resto é sobejamente conhecido...

Até para a semana, se Deus quiser.

Marcos Pinho de Escobar

sábado, 21 de dezembro de 2013

SANTO E FELIZ NATAL PARA TODOS OS LEITORES E SUAS FAMÍLIAS!

O Menino Jesus Salvador do Mundo, 1673
JOSEFA DE ÓBIDOS (1630 — 1684)
Óleo sobre Tela, 95 x 116,5 cm
Igreja Matriz de Cascais

PINTURA DE NATAL

Adoração dos Pastores, 1669
JOSEFA DE ÓBIDOS (1630 — 1684)
Óleo sobre Tela, 150 x 184 cm
Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa

AINDA O NATAL E SEMPRE A FAMÍLIA

Na Quadra Natalícia fica bem à vista a importância da Família. Esta, é a célula-base da sociedade, já se sabe. E é também o último reduto do Amor. E este pequeno nada é Tudo.

POESIA DE NATAL

Natal... Natais — Oito Séculos de Poesia sobre o Natal, antologia organizada por Vasco Graça Moura, edição jornal Público, Lisboa, 2005.

Pequeno Presépio de Poemas de Natal, Rodrigo Emílio, edição Antília Editora, Porto, 2005.

NATAL

Natal. Nasceu Jesus. O boi e a ovelha
deram-lhe o seu alento, o seu calor.
De palha o berço, mas também de Amor.
Desce luz, desce paz de cada telha.

Nem um carvão aceso nem centelha
de lume vivo. A dor era só dor,
até que a mão trigueira dum pastor
floriu em pão, em leite, em mel de abelha.

Natal. Nasceu Jesus. Dias de festa.
Até o cardo é hoje rosa, giesta,
até a cinza arde como brasa.

E nós? Que vamos nós dar a Jesus?
Vamos erguer tão alto a sua Cruz
que não lhe pese mais do que flor ou asa.

FERNANDA DE CASTRO
(1900 — 1994)

QUEM, DO NATAL?

Quem esperamos? Quem,
No silêncio, na sombra, no deserto?
O menino divino de Belém,
Ou o rei Encoberto?
Esperamos alguém:
Qualquer que tenha o coração aberto.

É demais esta ausência, este vazio!
Quem adorar, servir, como Deus e senhor?
— O que estender a ponte sobre o rio
Da miséria e pavor!
O que apascente e semeie em desafio!
O que disser: — Eu sou! E for.

ANTÓNIO MANUEL COUTO VIANA
(1923 — 2010)

SOLSTÍCIO DE INVERNO

Hoje.

EM ACÇÃO PELA LÍNGUA PORTUGUESA

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

CARTEIRA DE SENHORA

DIA 98

O tema de hoje é incontornável. Mais logo, pela manhã, lá estaremos, carteira e eu, de braço dado, nas galerias do antigo mas irreconhecível Mosteiro de S. Bento da Saúde.

Vamos em defesa de uma causa nacional e justa. Proteger a Língua Portuguesa de uma aberração, maquinada por cérebros tortuosos, inexplicavelmente aprovada contra tudo e todos com uma ligeireza e desconhecimento de causa aterradores. Provada está a abertura escancarada da porta a todos os dislates, que assim por ela entram como em dia de saldos, escangalhando também este nosso património em frangalhos.

Hoje é a oportunidade de redenção de quem lá tem cadeira e lugar cativo. A oportunidade de serem heróis e não coveiros. 

De emendarem o erro que os confirma humanos, por isso mesmo perdoável e remível, mostrando a grandeza da humildade.

De inscreverem o seu nome na História e mais tarde, com os netos sentados nos joelhos, poderem contar orgulhosamente como um dia salvaram a Língua Portuguesa do desastre.

Há causas indivisíveis por cores. Tem de existir uma consciência para lá da política colorida. Uma consciência daquilo que somos, da nossa identidade, do nosso todo: uma grei, um território e uma Língua ortograficamente não abastardada. 

Os portugueses esperam ter sido ouvidos nos seus protestos diários nas escolas, no trabalho, nas redes sociais, nas suas acções individuais e colectivas de recusa remando contra marés poderosas, e que a essa voz ainda ressoe. A voz dos verdadeiros interessados. A dos que amam a Língua. A dos que já emudeceram na desesperança. A dos que porventura terão contribuído para que alguns aí tenham assento, confiando serem respeitados.

Amar a Língua é amarmo-nos, é amar a Pátria. Chegou a hora de provar esse amor. 

Leonor Martins de Carvalho

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

EM DEFESA DA LÍNGUA PORTUGUESA E DA NOSSA IDENTIDADE CULTURAL

SETE ANOS DE VIDA NA BLOGOSFERA

Estou no Blogger desde 19 de Dezembro de 2006. Faz hoje sete anos. Entrei e logo me estreei no blogue colectivo do meu antigo Liceu.
No dia 21 de Janeiro de 2007 aventurei-me a solo com o Eternas Saudades do Futuro.
E no dia 31 de Janeiro de 2011 co-fundei o Jovens do Restelo.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

ASSINAR ESTA PETIÇÃO É UM DEVER PATRIÓTICO

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

FÉ VERSUS FEZADAS

Quem começa por não acreditar em Algo, acaba a acreditar em tudo. Qualquer coisa lhes serve, compram toda a banha da cobra new age, é um vê-se-te-avias!

DO MUNDO

O rumo da História Mundial é definido há séculos pelo resultado duma infindável guerra invisível entre Igreja e Maçonaria. Saber isto é fundamental para perceber o mundo em que vivemos. Ver quem está a ganhar é muito fácil.

DA FAMÍLIA

Ao princípio era a lareira. Depois, a lareira foi substituída pela televisão, sem nenhuma vantagem cultural, como elemento agregador das famílias e das comunidades. Finalmente, a Internet, de utilização individual e individualista, veio fragmentá-las. Invertamos isto, usando-a para levar a toda a parte o Bom Combate!

DA PERMANÊNCIA DOS VALORES

Não trocamos a Cruz pelo cifrão.

PATRIOTAS DE TODO O MUNDO: UNI-VOS!

Todos os Povos têm direito à sua Terra e o dever de organizar-se nela sob a forma de Estado-Nação. Estou a pensar, por exemplo, nos seguintes casos: Catalunha, Córsega, Escócia, Flandres, Palestina, Tibete, etc. E é obrigação de todos os patriotas auxiliarem-se uns aos outros nas suas variadas e legítimas lutas. Portugal, na sua qualidade de Estado com a mais antiga fronteira continental definida e mantida no Mundo, constitui-se nesta matéria como referência inspiradora.

PELA BOCA MORRE O PEIXE NA POLÍTICA

Quando ouço certos indivíduos, que se dizem de direita, chamarem absolutistas aos miguelistas, ditadura ao Estado Novo, guerra colonial à Guerra do Ultramar e ponte 25 de Abril à Ponte Sobre o Tejo, confirmo logo a conhecida e sábia máxima de Rodrigo Emílio: «Nós não precisamos de mudar de ideias, as nossas ideias é que precisam de mudar de gente».

LUTAR POR PORTUGAL NA REDE ELECTRÓNICA

O que é que se pode fazer pelo nosso País na rede electrónica? Pode e deve começar-se por escrever como deve ser e ignorar olimpicamente o aborto ortográfico que nos querem impor ditatorialmente. Porque a resistência cultural é a primeira forma de afirmação da identidade nacional dos Povos.

URGE O REGRESSO À POLÍTICA NO MUNDO

Os agiotas, especuladores e usurários, de várias sinistras firmas internacionais, estão a transformar as nossas vidas num inferno. Fazem-nos agora, neste início de século, o mesmo que já nos tinham feito no princípio do século passado, com os tristes resultados económicos e sociais conhecidos. Não será chegada a hora dos Povos das Pátrias serem firmes, dizerem basta!,  e verem-se livres desses indivíduos apátridas?

DA CONVERGÊNCIA DAS CATÁSTROFES NA PÁTRIA

Ao fim de novecentos anos de História, aconteceu pela primeira vez a fatal convergência de três factores: Portugal está sem Soberania, sem Moeda e sem Ultramar. Se a Pátria vier a sobreviver a isto, será só porque ainda há Heróis; mas, para já, não estão à vista...

DA CONVERGÊNCIA POLÍTICA EM PROL DA PÁTRIA

Certa vez houve alguém que me disse:
— Não sou monárquico, mas sou miguelista.
Respondi-lhe:
— E eu não sou republicano, mas sou sidonista.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

CADERNOS INTERATLÂNTICOS (47)

Há uma teoria que filia a maçonaria na Ordem do Templo. Os cavaleiros templários, monges-guerreiros dispostos a dar a vida pela fé em Cristo, ter-se-iam desvirtuado e, após as perseguições, os castigos impostos pela Igreja e a dissolução da ordem, teriam encetado caminho inverso, nutridos pelo sentimento de vingança à religião e ódio ao Criador, terminando por forjar uma aliança com as forças das trevas para a criação da seita maldita.

Conversões como estas, tal “estrada de Damasco” ao contrário, não deixam de causar grande perplexidade, sobretudo pelo impacto extraordinário que tiveram na vida dos povos no decorrer dos séculos.

Guardadas as devidas proporções e sem presunção de comparação definitiva, na conturbada vida política Argentina houve uma espantosa conversão que até aos dias de hoje é motivo de especulações sem conta. Como foi possível que de organizações de cunho católico, nacionalista e até mesmo contra-revolucionário, saíram elementos que acabaram por abraçar o marxismo como explicação da realidade e o terrorismo e/ou guerrilha como a vía para a construção da “pátria socialista”?

Tacuara, o movimento nacionalista católico de referência, anti-comunista e anti-sionista, naturalmente rotulado “fascista”, “falangista” ou “nazi” por adversários de variada extracção, acabou dividido, com boa parte convertida ao marxismo de versão castrista ou trotskysta. Montoneros, a emblemática organização esquerdista de guerrilha urbana que irrompeu de forma espectacular em 1970, com o sequestro e a execução do ex-presidente Gen. Pedro Eugénio Aramburu, apresentava como fundadores e dirigentes indivíduos oriundos do nacionalismo católico.

Ah, mas virão os liberalóides a dizer que os “extremos” terminam por tocar-se; a esquerdalhada a afirmar que esses felizardos, num despertar de “consciência de classe”, acabaram por compreender a verdade; outros, ainda, num arroubo de erudição psicanalítica, afirmarão que os muchachos precisavam mesmo de extravasar violentamente a tensão dos conflictos inter-geracionais, etc.

Eu, too old, too fat and too old-fashioned, fico-me mesmo com a explicação da constante luta entre o Bem e o Mal e da facilidade com a qual o príncipe da mentira, por artimanhas absolutamente incríveis, consegue muitas vezes conquistar até mesmo aqueles que, em teoria, estariam doutrinariamente blindados.

Até para a semana, se Deus quiser.

Marcos Pinho de Escobar

domingo, 15 de dezembro de 2013

TERCEIRO DOMINGO DO ADVENTO


 

Hoje vi centenas de Estandartes de Natal com o Menino Jesus
refulgindo sob a bela luz de Lisboa.
E — tu — já penduraste o teu?
Não tenhamos medo. Sejamos uma minoria visível!

sábado, 14 de dezembro de 2013

DO TEMPO VIRTUAL E DO TEMPO REAL

Se Deus quiser, este blogue completará em breve sete anos. Sete anos são um ciclo na vida de uma pessoa. Num blogue são uma vida. Já os gatos... têm sete vidas.

DA CAUSA MONÁRQUICA

A CRUZ DE MÉRITO

É sempre Cruz de Mérito, a cruz em Portugal:
Dilatou o Império, na vela ao vento vário,
Encimou, soberana, a coroa real
E dilatou a Fé, na mão do missionário.

Quem na trouxer ao peito, traz no peito, com glória,
Deus, Pátria e Rei — o lema que nos sagrou a História!

ANTÓNIO MANUEL COUTO VIANA
(1923 — 2010)

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

CARTEIRA DE SENHORA

DIA 97

A carteira já montou o presépio e aguarda O Dia. Até lá, tem de certeza temas em carteira, ou não fosse ela uma, mas faz deles sigilo determinado.

Desafiou-me, então, um dos meus irmãos, a propósito de uma anterior crónica, para que escrevesse um pouco mais sobre como, no meu entender, devia afinal ser um patriota, quais os valores que seriam inerentes a alguém que ama a sua Pátria.

Antes de mais, é essencial exactamente isso: amá-la. No seu todo, grei, património, língua, cultura, história, defeitos e virtudes, forças e fraquezas embrulhados a trouxe-mouxe no mesmo território. Sem amor dos seus não há Nação que resista.

Depois, estar ao serviço. Sempre. Quando se servem em vez de servir, o resultado final é o vazio, com passagem directa para venda do país em leilão a preço base de saldo.

Devo acrescentar valores que deveriam ser intrínsecos a todos os que se dizem Homens. Se pensarem bem, a tábua entregue a Moisés contém tudo o que é necessário. 

E se não cultivar a honra, a verdade, a palavra, a honestidade e a responsabilidade um patriota serve de algo? 

Tanto me podem achar redutora ou, ao invés, exaustiva demais. Noutros tempos ou com outras mentes pareceria isto ser simples, natural e lógico. Agora deve ser pedir muito…

Leonor Martins de Carvalho

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

GUIÃO PARA VISITAR A EXPOSIÇÃO

AINDA E SEMPRE O MESTRE MANOEL DE OLIVEIRA

Manoel de Oliveira completa hoje 105 anos de vida. Cá para mim — bem sei que digo coisas estranhas para os ouvidos politicamente e culturalmente correctos —, inscrevo-o na genealogia espiritual e identitária que tem as suas profundas raízes em Luís Vaz de Camões, o seu sólido tronco no Padre António Vieira e os seus criativos ramos em Fernando Pessoa. Não me apetece agora falar sobre isto; mas, fica aqui o registo, para memória futura, porque é precisamente de Saudades do Futuro que se trata. Até lá, tentemos ver todos os seus filmes — por ordem cronológica, como deve ser —, para depois passarmos à lição seguinte (que é só para iniciados) e ficarmos assim devidamente preparados para o III Milénio Lusíada, que há-de vir um dia — numa manhã de nevoeiro, ou numa tarde de Sol, ou numa noite de Lua Cheia; ninguém sabe.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

IDENTIDADE

O que diz Pátria mas não diz Glória,
com um silêncio de cobardia,
e ardendo em chamas chamou vitória
ao medo e à morte daquele dia;

A esse eu quero negar-lhe a mão,
negar-lhe o sangue da minha voz
que foi ferida pela traição
e teve o nome de todos nós.

E o que diz Pátria, sem ter vergonha
e faz a guerra pela Verdade,
que ama o Futuro, constrói e sonha
Pão e Poesia para a Cidade;

A esse eu quero chamar irmão,
sentir-lhe o ombro junto do meu,
ir a caminho de um coração
que foi de todos e se perdeu.

ANTÓNIO MANUEL COUTO VIANA
(1923 — 2010 )

DA LITERATURA

António Manuel Couto Viana chegou aos 80 anos e desatou a escrever contos. Pícaros e picantes. Organizados em quatro livros. Surpreendentes e fascinantes. Ainda agora comecei  a lê-los e já estou com vontade de relê-los.    

ESTUDAR O PASSADO E PROJECTAR O FUTURO

Nos anos 10 do século passado nasceu o Integralismo. Na mesma década surgiu o Futurismo. Desejo vivamente que, agora, 100 anos volvidos, se comecem a desenhar rapidamente novos movimentos — éticos e estéticos — do mesmo calibre. A bem de Portugal, Itália e toda a Europa.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

CADERNOS INTERATLÂNTICOS (46)

Enquanto em muitas paróquias de Buenos Aires, e até mesmo na Catedral metropolitana, as autoridades eclesiásticas acham bem promover a realização de cerimónias conjuntas com a maçonaria judaica do B´nai B´rith e variadas seitas protestantes, parece-me de bom alvitre recordar as palavras de São Pio X dirigidas a Theodor Herzl no dia 26 de Janeiro de 1904, durante audiência na qual o líder sionista solicitava ao grande Papa, “martelo” da heresia modernista, o apoio ao projecto de fundação do Estado de Israel. Lamentando o facto de Jerusalém estar – por aquela altura – ocupada por muçulmanos, o Papa Sarto afirmou que se não estava em condições de impedir que os judeus se apoderassem da Cidade santificada por Nosso Senhor Jesus Cristo, jamais poderia apoiar tal desiderato. E de chofre disse a Herzl: “Os judeus não reconheceram Nosso Senhor. Não podemos reconhecer o povo judeu”. Para São Pio X estava claríssimo que se os judeus que se instalassem na Palestina conservassem a sua antiga fé, ou seja, se continuassem à espera do Messias que os cristãos crêem já ter vindo ao seu encontro, continuariam a negar a divindade de Cristo e em nenhuma hipótese a Igreja os poderia ajudar.  Em momento algum o Chefe da Igreja Católica negou que o judaísmo tivesse sido o fundamento da Fé Cristã, mas insistiu numa verdade comezinha: a fé dos judeus foi total e definitivamente superada por Nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, não é permitido aos católicos aceitar a validade do judaísmo. E rematou: “Os judeus deveriam ter sido os primeiros a reconhecer Jesus Cristo e não o fizeram até ao dia de hoje”. Agora pergunto eu: que pretendem os “pastores” da Igreja com toda essa confraternização com os negadores e os inimigos de Cristo, quer das sinagogas quer das lojas? Sei que vou atrair sobre mim a ira de muitos, mas pelo andar da carruagem estou convencido de que os tempos são os da Grande Apostasia, aquela  que precede a vinda do anti-Cristo e falso Profeta.

Até para a semana se Deus assim dispor.

Marcos Pinho de Escobar

domingo, 8 de dezembro de 2013

A RESTAURAÇÃO E NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO

8 de Dezembro é dia da Imaculada Conceição ou de Nossa Senhora da Conceição. Padroeira de Portugal a partir das Cortes de 1645-1646 do Reinado de D. João IV, 8.º Duque de Bragança, em cujas veias corria o sangue de D. Nuno Álvares Pereira / S. Nuno de Santa Maria. Este Rei devolveu aos Portugueses uma Pátria livre, na sequência da Restauração da Independência Nacional levada a cabo pelos 40 Conjurados no 1.º de Dezembro de 1640.
Este é também o verdadeiro Dia da Mãe.
E é ainda o dia em que se deve fazer o Presépio em Família.

sábado, 7 de dezembro de 2013

DO FUTURO DOS LIVROS

Volta e meia alertam-me,  com alguma preocupação, para o facto material de a marca de posse — carimbo com o meu nome completo como constava outrora no BI e agora no CC — que aplico em todos os meus livros «desvalorizar» os respectivos volumes. O parecer técnico é certamente bem verdadeiro e bem intencionado. Porém, não tendo eu os livros para vendê-los mas sim para lê-los, conservá-los e deixá-los aos meus descendentes, não vislumbro razão para ficar inquieto. Antes pelo contrário. Todos ficarão assim no futuro a saber a quem pertenceram e de onde vieram os referidos livros, facilitando desta forma a vida aos vindouros. Contudo, tenho a clara noção de que nestes tempos ferozmente individualistas isto soa a excentricidade. Pensar nos outros (ainda para mais, em alguns que ainda nem nasceram) é uma tolice.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

CARTEIRA DE SENHORA

DIA 96

Às vezes, a carteira e eu parecemos duas velhas rezingonas, de mal com a vida e com o mundo, mesmo quando vislumbramos e damos a conhecer uma réstia de esperança.

Também não é preciso viver, ou fingir viver, em constante paródia. São demasiados os assuntos graves obrigatoriamente merecedores da nossa atenção, em que nos temos de empenhar com seriedade. 

E há momentos na vida de um país que nos roubam as razões para sorrir. Há alturas nas nossas vidas verdadeiras assassinas das razões para sorrir.

Contudo, elas existem. Sempre. Muitas têm a ver com crianças ou velhos. É a ternura que nos faz sorrir. Ou o inesperado. Ou as memórias.

Sorrimos, quando os nossos filhos ou netos inventam diálogos entre as figuras do presépio, se no meio da doença a avó ainda consegue fazer caretas, com as tontices e habilidades dos nossos animais, pelo desplante do casal de velhotes especialista em técnicas simples mas eficazes para furar sorrateiramente filas, ao observar quatro pré-adolescentes num restaurante, lendo a ementa com o ar mais sério do mundo em perfeita imitação dos adultos, com o animado almoço mensal das amigas reformadas, faladeiras e empinocadas, se um pardal poisa na nossa varanda, quando os cheiros nos transportam à infância, ao descobrir rosas de Santa Teresinha num jardim do bairro, à surpresa das mil cores do Outono estampadas no plátano ao virar da esquina, pela entrega de olhares do casal de namorados, quando sentimos o sol de Inverno em carícias de Primavera.

Depois há o sorrir porque sim. Porque faz sorrir os outros e gostamos de sorrisos. 

Não custa sorrir. Não cria dívida, não paga juros. Sai-nos da alma. Por isso nos aquece.

Leonor Martins de Carvalho

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

WEBSITE COM (QUASE) TODA A MINHA PRODUÇÃO ARTÍSTICA

PARA VER OBRIGATORIAMENTE ATÉ AO DIA 9 DE JANEIRO DE 2014

 Artistas participantes:
Álvaro Leite Siza; Ana Cosme; Américo Filipe; Ana Cristina Leite; Ana Pérez-Quiroga; Ângela Belindro; António Flor; Carlos Cordeiro; Clo Bourgard; Fernando Quartin; Francisca Couceiro da Costa; Graça Cabral Moncada; Graça Delgado; Inês de Barros Baptista; Isabel Cristina; João Galrão; João Marchante; João Vilhena; Lourenço de Almada; Luís Camacho; Luísa Soeiro; Maria del Mar; Maria Ribeiro Telles; Marta Gaspar; Natércia Caneira; Paulina Evaristo; Paulo Pereira Gomes; Pedro Charters d´Azevedo; Rita Burmester; Sebastião Lobo; Sofia Aguiar; Susana Bravo; Teresa Almeida e Silva; Tiago Taron; Tomás Colaço; Vera Pyrrait; Vitor Pomar, Wilson Galvão.

Concepção:
Francisca Couceiro da Costa

Coordenação:
Francisca Couceiro da Costa
Manuel Pessôa-Lopes

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

CADERNOS INTERATLÂNTICOS (45)

Nunca precisei de dias específicos ou feriados para recordar pessoas, coisas ou efemérides. Quando o sentimento intenso é profundo, quando a dor ou a alegria são sublimadas em saudade, recordar torna-se uma atitude constante, um estado permanente, uma vivência. Tudo isto vem a propósito de mais um Primeiro de Dezembro; desta vez escandalosamente suprimido pelos vendilhões e coveiros de Portugal. Infelizmente, para uma grande parte dos “portugueses de BI”– quiçá a maioria – o dia deste ano, um Domingo, será apenas mais um dia de passeio, comilânça e compras. Para outros, no entanto – e que não devem exceder uma mão cheia – é um dia de reflexão, especialmente nestes tempos de ocaso nacional. E tal exercício, se bem que tenha como pano de fundo a Restauração de 1640, seus heróis e, sobretudo, seu exemplo, cobra grande vigência quando atentamos ao processo de dissolução nacional cuja partida oficial foi dada com a revolução de Abril de 1974, processo este que hoje, sob nova roupagem, ameaça atingir a sua odiosa conclusão. Já não se trata de despedaçar Portugal e entregar os bocados, numa bandeja d’ouro, ao comunismo assassino; nem expropriar empresas, invadir herdades, prender milhares de inocentes ou enviar capitalistas e inimigos do povo para o Campo Pequeno; nem vosciferar – com fato macaco, barbicha e cara patibular – contra o fascismo, a reacção, o imperialismo, etc. Hoje a coisa fia mais fino. Com falinhas mansas, sorrisos alvares, gravatas de seda, telemóveis e automóveis de alta cilindrada, a canalha pulhítica que nos desgoverna entretem-se com as modernas ferramentas para a dissolução do que resta do país. Com a soberania real transferida à União Europeia, aos caprichos dos senhores de Bruxelas e Estrasburgo e à alta finança apátrida, os sobas do rectângulo avançam com as tarefas de casa e dão rédeas soltas a: imigração-invasão que produz desequilíbrios e descaracterização; relativização e banalização da nacionalidade portuguesa; tolerância “100%” com vários tipos de delito; promoção de comportamentos que conduzem à desestabilização da instituição familiar; ataques à consciência católica, elemento estruturante da Nação; materialismo desenfreado e inaudito; (des)educação desenraizante e anti-portuguesa da juventude – entre outras barbaridades. Em tempos de anti-Portugal e em jeito de homenagem aos Restauradores de 1640,  deixo-vos aqui com as palavras pronunciadas a 26 de Outubro de 1933 por um dos maiores Portugueses de sempre – um daqueles Grandes que sempre colocaram Portugal acima de tudo:

“A Nação Portuguesa não é de ontem; estamos a reconstruí-la, mas não a edificá-la. Nos altos e baixos da sua história há muito esforço, muita inteligência, muita bravura, muito sacrifício. Aos que carrearam para a obra a sua pedra, por vezes até não aproveitada ou inútil, tem de poupar-se a intenção generosa e o trabalho despendido. Quem se coloca no terreno nacional não tem partidos, nem grupos, nem escolas: aproveita materiais conforme a sua utilidade para reconstruir o País; tem a grande, a única preocupação de que sirvam e se integrem no plano nacional. Aos que se obstinam em não servir a Nação; aos que pensam que cada qual pode servi-la e a serve realmente trabalhando como quer; aos que vão mais longe e crêem não dever servir a Pátria para servir teoricamente a Humanidade, é preciso também a esses fazer justiça – ao seu valor, ao seu carácter, à sua honorabilidade, mas é preciso combater sem tréguas, ainda pelo interesse nacional, o gravíssimo erro da sua posição antinacional.” A.O.S.

Até para a semana, se Deus quiser

Marcos Pinho de Escobar

domingo, 1 de dezembro de 2013

DO 1.º DE DEZEMBRO DE 2013 (12)

Bandeira de Portugal depois da
Restauração da Independência Nacional

DO 1.º DE DEZEMBRO DE 2013 (11)

Bandeira Militar de Portugal
na Guerra da Restauração (1640-1668)