CARTEIRA DE SENHORA
DIA 73
A carteira não meteu prego nem estopa nesta crónica. Quis falar do tempo na última, agora sujeita-se. A umas linhas curtas e frias, sem rebuscamentos, directas ao assunto.
Não pondo em causa as pessoas em si, apenas uma pequena listagem. Um exercício no fim do ano escolar:
Presidente da República: escolhido pelos partidos (pensem bem e verão que assim é)
Deputados: escolhidos pelos partidos (idem)
Tribunal Constitucional: maioria dos juízes escolhidos pelos partidos
Tribunal de Contas: Presidente escolhido pelo governo (partidos)
Provedor de Justiça: escolhido pelos partidos
Banco de Portugal: Governador e Conselho de administração nomeados pelo governo (partidos)
Autoridade da Concorrência – Conselho nomeado pelo governo (partidos)
Erse – Conselho de administração nomeado pelo governo (partidos)
Anacom - Conselho de administração nomeado pelo governo (partidos)
Instituto de Seguros de Portugal: Conselho Directivo nomeado pelo governo (partidos)
CMVM: Conselho Directivo nomeado pelo governo (partidos)
Empresas públicas e municipais: órgãos directivos escolhidos pelo governo ou câmaras (partidos)
E por aí fora, sem falar das influências directas e indirectas nos meios de comunicação, nem das promiscuidades com empresas privadas, desde gabinetes de advogados à banca.
Não esquecendo ainda que, para criar um partido são precisas 7.500 assinaturas, mas para uma iniciativa legislativa de cidadãos já são 35.000 e para uma candidatura independente a cada órgão autárquico há que fazer contas (nº de eleitores da autarquia / 3 x nº de membros do órgão) e arranjar proponentes a cada quatro anos.
Perceberam? Chamam-lhe democracia. Há quem genuinamente acredite que é mesmo assim que deve ser o mundo.
Onde é que entram aqui as pessoas? Num mundo girando unicamente à volta de partidos, dão-nos a entender que a participação é filiar-se num. E depois obedecer à esquadria.
Onde é que entram aqui as comunidades? Onde é que estão as antigas liberdades? Onde os direitos dos forais? Já se foram há séculos, sorrateiramente, até não sobrar nada. Absolutamente nada.
Leonor Martins de Carvalho
A carteira não meteu prego nem estopa nesta crónica. Quis falar do tempo na última, agora sujeita-se. A umas linhas curtas e frias, sem rebuscamentos, directas ao assunto.
Não pondo em causa as pessoas em si, apenas uma pequena listagem. Um exercício no fim do ano escolar:
Presidente da República: escolhido pelos partidos (pensem bem e verão que assim é)
Deputados: escolhidos pelos partidos (idem)
Tribunal Constitucional: maioria dos juízes escolhidos pelos partidos
Tribunal de Contas: Presidente escolhido pelo governo (partidos)
Provedor de Justiça: escolhido pelos partidos
Banco de Portugal: Governador e Conselho de administração nomeados pelo governo (partidos)
Autoridade da Concorrência – Conselho nomeado pelo governo (partidos)
Erse – Conselho de administração nomeado pelo governo (partidos)
Anacom - Conselho de administração nomeado pelo governo (partidos)
Instituto de Seguros de Portugal: Conselho Directivo nomeado pelo governo (partidos)
CMVM: Conselho Directivo nomeado pelo governo (partidos)
Empresas públicas e municipais: órgãos directivos escolhidos pelo governo ou câmaras (partidos)
E por aí fora, sem falar das influências directas e indirectas nos meios de comunicação, nem das promiscuidades com empresas privadas, desde gabinetes de advogados à banca.
Não esquecendo ainda que, para criar um partido são precisas 7.500 assinaturas, mas para uma iniciativa legislativa de cidadãos já são 35.000 e para uma candidatura independente a cada órgão autárquico há que fazer contas (nº de eleitores da autarquia / 3 x nº de membros do órgão) e arranjar proponentes a cada quatro anos.
Perceberam? Chamam-lhe democracia. Há quem genuinamente acredite que é mesmo assim que deve ser o mundo.
Onde é que entram aqui as pessoas? Num mundo girando unicamente à volta de partidos, dão-nos a entender que a participação é filiar-se num. E depois obedecer à esquadria.
Onde é que entram aqui as comunidades? Onde é que estão as antigas liberdades? Onde os direitos dos forais? Já se foram há séculos, sorrateiramente, até não sobrar nada. Absolutamente nada.
Leonor Martins de Carvalho
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