terça-feira, 30 de abril de 2013

COISAS DO DEMO...

O contador deste blogue, cujo ícone se encontra à vista aqui ao lado na base da coluna da direita, deixou de funcionar no passado Sábado e nunca mais deu sinal de vida. Tinham-me dito que a quantidade de visitas do Eternas Saudades do Futuro incomodava muita gente; no entanto, darem-se ao trabalho de piratearem o referido sitemeter e o respectivo mostrador, parece-me excessivo. Enfim: não acredito em bruxas, mas lá que as há...  

segunda-feira, 29 de abril de 2013

CADERNOS INTERATLÂNTICOS (14)

Semana que passou foi pródiga em datas carregadas de simbologia – 25, 27 e 28 de Abril. Sobre a primeira não vale a pena aqui discorrer, a não ser para recordar o dia do evangelista São Marcos e o aniversário da aclamação de D. Miguel Rei de Portugal.  Enquanto os coveiros de Portugal comemoram o seu “25” e outros – eu incluído – choram a tragédia física e moral que vem conduzindo a Pátria ao aniquilamento, o “27” e o “28”, como que combinados, merecem um par de reflexões. Foi num dia 27 de Abril, de 1928, que Salazar tomou posse como Ministro das Finanças de um país arruinado. No dia seguinte cumpria trinta e nove anos.  

Ao abraçar a pasta ministerial disse o seguinte:

Senhor Presidente do Ministério: - Duas palavras apenas, neste momento que V. Exa., os meus ilustres colegas e tantas pessoas amigas quiseram tornar excepcionalmente solene.

Agradeço a V. Exa. o convite que me fez para sobraçar a pasta das Finanças, firmado no voto unânime do Conselho de Ministros, e as palavras amáveis que me dirigiu. Não tem que agradecer-me ter aceitado o encargo, porque representa para mim tão grande sacrifício que por favor ou amabilidade o não faria a ninguém. Faço-o ao meu País como dever de consciência, friamente, serenamente cumprido.

Não tomaria, apesar de tudo, sobre mim esta pesada tarefa, se não tivesse a certeza de que ao menos poderia ser útil a minha acção, e de que estavam asseguradas as condições dum trabalho eficiente. V. Exa. dá aqui restemunho de que o Conselho de Ministros teve perfeita unanimidade de vistas a esse respeito e assentou numa forma de íntima colaboração com o Ministro das Finanças, sacrificando mesmo nalguns casos outros problemas à resolução do problema financeiro, dominante no actual momento. Esse método de trabalho reduziu-se aos quatro pontos seguintes:

a) Que cada Ministério se comprometa a limitar e a organizar os seus serviços dentro da verba global que lhes seja atribuída pelo Ministério das Finanças;

b) Que as medidas tomadas pelos vários Ministérios, com repercussão directa nas receitas ou despesas do Estado, serão préviamente discutidas e ajustadas com o Ministério das Finanças;

c) Que o Ministério das Finanças pode opor o seu "veto" a todos os aumentos de despesa corrente ou ordinária, e às despesas de fomento para que se não realizem as operações de crédito indispensáveis;

d) Que o Ministério das Finanças se compromete a colaborar com os diferentes Ministérios nas medidas relativas a reduções de despesas ou arrecadação de receitas, para que se possam organizar, tanto quanto possível, segundo critérios uniformes.

Estes princípios rígidos, que vão orientar o trabalho comum, mostram a vontade decidida de regularizar por uma vez a nossa vida financeira e com ela a vida económica nacional.

Debalde porém se esperaria que milagrosamente, por efeito de varinha mágica, mudassem as circunstâncias da vida portuguesa. Pouco mesmo se conseguiria se o País não estivesse disposto a todos os sacrifícios necessários e a acompanhar-me com confiança na minha inteligência e na minha honestidade - confiança absoluta mas serena, calma, sem entusiasmos exagerados nem desânimos depressivos. Eu o elucidarei sobre o caminho que penso trilhar, sobre os motivos e a significação de tudo que não seja claro de si próprio; ele terá sempre ao seu dispor todos os elementos necessários ao juízo da situação.

Sei muito bem o que quero e para onde vou, mas não se me exija que chegue ao fim em poucos meses. No mais, que o País estude, represente, reclame, discuta, mas que obedeça quando se chegar à altura de mandar.

A acção do Ministério das Finanças será nestes primeiros tempos quase exclusivamente administrativa, não devendo prestar larga colaboração ao Diário do Governo. Não se julgue porém que estar calado é o mesmo que estar inactivo.

Agradeço a todas as pessoas que quiseram ter a gentileza de assistir à minha posse a sua amabilidade. Asseguro-lhes que não tiro desse acto vaidade ou glória, mas aprecio a simpatia com que me acompanham e tomo-a como um incentivo mais para a obra que se vai iniciar.

E a “obra” que então se iniciava foi fazer Portugal ressurgir na grandeza da sua dimensão histórica.

O grande Papa Pio XII, ao referir-se à "alteração radical" da vida portuguesa operada pelo Estado Novo, atribuía a salvação nacional à intervenção de Nossa Senhora de Fátima, "causa original e verdadeira".  

Em trágica hora de escuridão e angústia, quando a nave de Portugal, tendo perdido o guia das suas tradições mais gloriosas e sido afastada do seu curso por correntes anti-nacionais e anti-Cristãs, parecia dirigir-se a um naufrágio certo, inconsciente dos perigos presentes ou futuros cuja gravidade ninguém poderia humanamente prever; naquela hora o Céu, que previra esses perigos, interveio, e na escuridão brilhou a luz; no caos reinou a ordem; a tempestade amainou e o fiel Portugal pode renovar as suas gloriosas tradições como nação cruzada e missioneira [...]

Toda honra àqueles que têm sido os instrumentos da Providência nesta empresa gloriosa!

E referindo-se especificamente ao Comandante desta gesta:

Eu o abençoo com todo o meu coração, e acalento os desejos mais ardentes para que ele seja capaz de completar exitosamente a sua obra de restauração nacional, tanto espiritual como material.

Pois nesta hora sombria para a nacionalidade urge recordar este Homem excepcional. É ele a referência obrigatória a inspirar, enquadrar e orientar todos aqueles em cujos corações ainda vibra o nome de Portugal e que estejam dispostos a lutar para a restauração nacional que se impõe. Se o dia "25 de Abril" dos cravos e cravas simboliza a traição, a apostasia e a dissolução nacional, os dias "27" e "28" reverberam o patriotismo, a dignidade, a esperança. 

Fica registada a minha homenagem a António de Oliveira Salazar, Restaurador de Pátria, nos cento e vinte quarto anos do seu nascimento. Que este Santo Varão interceda por Portugal.
 
Marcos Pinho de Escobar

domingo, 28 de abril de 2013

BLOGOSFERA NACIONAL QUE AINDA MEXE

O Pena e Espada completa hoje 9 anos de vida. Parabéns ao Duarte Branquinho!

BLOGUE FUNDAMENTAL PARA QUEM GOSTA DE LISBOA

BLOGUE FUNDAMENTAL PARA QUEM GOSTA DE ÁRVORES

sábado, 27 de abril de 2013

DOS ASSASSINOS DE ÁRVORES E SUAS FAÇANHAS

Os arrivistas, novos-ricos e patos-bravos que tomaram conta disto continuam a matar árvores a torto e a direito na cidade de Lisboa. Desta vez foi no histórico e simbólico lugar da Ribeira das Naus.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

CARTEIRA DE SENHORA

DIA 64
Mas eu não quero falar sobre o 25 de Abril! A carteira, que é muitíssimo mais nova, queria saber à força a razão do feriado. Usei todos os meus argumentos. Agora não, quero guardar para as minhas memórias! Em vão… Bateu o pé e cedi. Não serão então memórias, apenas algumas reflexões, embora de certo modo intimistas. Conheço a posição do dono deste blogue, que respeito, e sei que respeita a minha, por isso corro o risco, empurrada pela carteira.
À minha volta sempre estiveram todos os lados da barricada. Ainda não consigo que tenham, uns e outros, leituras desapaixonadas. Nem eu. Dividida em pedaços. Cada um dos pedaços que afecta cada um dos que conheço. De diferentes maneiras. 
Geralmente a lembrança do dia despoleta ou exaltação ou ódio. Para alguns, fingida aceitação. Para outros ainda, completa indiferença. E é o fado deste dia, que em vez de unir, como o 1º de Dezembro, divide.
Em primeiro lugar, separo o dia do que se lhe seguiu. O dia, para muitos, quase todos, diria, constituiu esperança. Para outros, desgraça. 
Os meus não eram pró Segunda República, como também não tinham sido pró Primeira. Não apoiaram um sistema autoritário, cesarista, que se eternizou e afogou todos os espíritos que lhe faziam frente, fossem eles quais fossem. Assim, continuaram a estar do lado considerado na altura errado. E quando o dia aconteceu, festejámos. Lembro-me da alegria e da esperança.
Também outros viram no dia uma oportunidade de concretizar o seu próprio sonho. 
O que se lhe seguiu, o que os meus voltaram a padecer (parece sina essa do estar do contra!) não quero associar ao dia. 
Visto por quem está completamente ao lado, agora, passados 39 anos, há curiosamente algumas posições comuns à direita e à esquerda, pois poucos de um lado ou de outro dirão que estão satisfeitos com a situação que agora se vive. Mas uns acham que Abril não se cumpriu, outros que Abril daria nisto mesmo.
Tal como para mim, o sistema anterior estava condenado, o que se tem passado desde há 39 anos demonstra à saciedade a falência deste sistema, que nos fez perder quase tudo, incluindo a soberania.
Continuo a ter esperança. Numa mudança verdadeira. Num sistema e num regime diferentes. À nossa medida. Português, acima de tudo. 
Aposto que o dono do blogue não queria isto. Eu também não. A culpa foi da carteira.
Leonor Martins de Carvalho

quarta-feira, 24 de abril de 2013

NASCIMENTO E MORTE DO INTEGRALISMO LUSITANO

Em termos de Pensamento, o Integralismo Lusitano nasceu em Abril de 1914, com o lançamento da sua revista Nação Portuguesa, e morreu em Janeiro de 1925, com o desaparecimento de António Sardinha.
Em termos de Acção, o Integralismo Lusitano nasceu em Abril de 1916, com a criação da sua Junta Central, e morreu em Abril de 1922, com a assinatura do Pacto de Paris.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

CADERNOS INTERATLÂNTICOS (13)

Filho de emigrantes italianos – e pai anarquista –, Jordán Bruno Genta cresceu em ambiente ateu, formou-se no marxismo e morreu autêntico mártir católico.  Conta-se que certo dia, ainda rapaz, ao entrar em uma Igreja com a intenção de a vandalizar, ficou paralisado, e tal como Saulo na Estrada de Damasco, converteu-se instantaneamente, quiçá por algum raio celeste a envolvê-lo com a sua claridade. Catedrático de filosofia e grande teórico do nacionalismo católico argentino, Genta foi assassinado a 27 de Outubro de 1974 pelo bando castro-trotskista Ejército Revolucionario del Pueblo. Era Domingo e dirigia-se à missa com a família, quando é alvejado com onze tiros à queima-roupa.

Enquanto a linda juventude "idealista" seguia os conselhos do Che e matava a torto e a direito para instalar um paraíso terrestre versão cubana, Genta, combatente das ideias, buscava a superação da "confusão ideológica" e das "tendências desagregadoras", tanto do capitalismo liberal como do comunismo ateu, ambos essencialmente anti-cristãos e apátridas. O seu "nacionalismo hierárquico", baseado na verdade e no sacrifício, buscava a restauração do princípio da autoridade, a ordem hierárquica e a liberdade possível, em todos os corpos sociais e no Estado Nacional, promovendo a justiça e a caridade cristã.

Na obra fundamental Guerra Contrarrevolucionaria Genta elabora um autêntico manual para o combate contra-revolucionário global - uma dupla disciplina formativa: a doutrina positiva (princípios, valores e instituições fundamentais que devem ser afirmados, servidos e defendidos em todos os campos, teóricos e práticos) a enfrentar a doutrina negativa (desencadeada pela guerra revolucionária total - o comunismo -, assim como seus antecedentes e aliados ideológicos; a sua estratégia, táctica e armas dialécticas). Tem plena consciência de que esta guerra é total: religiosa, mental, moral, política, física; e combatida todos os dias e em todos os ambientes. Seu pensamento fica plasmado em volumes de leitura obrigatória tais como Las ideas y las ideologías, Libre examen y comunismo, Edición crítica del “Manifiesto Comunista” ou a síntese – que veio a ser uma despedida – Testamento politico.

Doutrinador de um nacionalismo hierárquico, em cuja base estão os valores da Cristandade, do Ocidente Católico e Romano, o autor, reconhecendo que tudo depende da vontade de Deus, recorda que os homens têm a obrigação de empenhar-se como se tudo dependera exclusivamente deles. "É o que Deus quer e espera dos Seus."

Todos aqueles que não discutem Deus e a Pátria, e que assumem a vida como serviço, têm muito a aprender com a obra e o exemplo deste grande argentino e católico modelar que foi Jordan Bruno Genta.

Até para a semana.

Marcos Pinho de Escobar

sábado, 20 de abril de 2013

REAGIR E VENCER

A França da Vendeia está viva e recomenda-se. Tenhamos esperança que desta feita saia vitoriosa. E depois esperemos que esses bons ventos soprem sobre toda a Europa.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

CARTEIRA DE SENHORA

DIA 63

Deixei a carteira em casa, não de castigo embora ela possa pensar que sim, mas porque nem sempre dá jeito levar para o estrangeiro uma carteira que fala demais. Para isso estou cá eu e dispenso concorrentes.

Quando estamos longe, as ilusões tecnológicas mentem piedosamente. Dão a sensação de que os nossos estão ali mesmo à mão de semear e que basta combinar para nos encontrarmos no café da esquina depois do almoço. Na verdade até basta. Afinal de permeio apenas nos separam umas tantas horas e uns quantos transportes de todos os formatos e cores, incluindo taxistas manhosos. 

Não sou caso único de certeza: comigo as saudades têm sempre encontro marcado, mas estranhamente deixam em aberto o local exacto e a data. Gostam de me surpreender. É verdade que sempre que chegamos a um sítio ainda desconhecido, o deslumbramento toma conta de nós, do nosso primeiro olhar, da descoberta dos cheiros e sabores, dos recantos, da curiosidade sobre os outros. Andamos tontos da novidade, bêbados do achado. Mas ao fim de certo tempo, quando são territórios já desbravados e se Portugal está bem, quero voltar, sem hesitações. Quando está mal, já dei por mim a imaginar uma vida fora. O onde não teria grande importância. A capacidade de adaptação é-nos intrínseca e é o que nos tem valido.

É engraçado ou até ternurento que todos os meus amigos europeus me perguntem delicadamente como vai a vida em Portugal. Calculo que não queiram que não responda ou que a resposta seja um simples ça va. Conhecendo-me, sabem que obtêm uma resposta sincera. Não tenho vocação para diplomata.

Sem notícias daí e do Mundo há três dias, porque quis mesmo desligar, espero que ainda haja um Portugal para onde voltar. Seria sonhar alto regressar e de repente dar de caras com o Portugal que há tanto espero, mas pelo menos resiste há quase novecentos anos apesar de tudo o que tem passado. Já não é mau e amamo-lo na mesma.

Chegou a hora do encontro marcado com as saudades. São imensas, ocupam muito espaço. Ainda bem que volto amanhã.

Leonor Martins de Carvalho

quinta-feira, 18 de abril de 2013

DO FACEBOOK (5)

Estamos perante um sítio que, embora apenas virtualmente social, faz lembrar os saudosos lugares da noite dos anos 80 do século passado. Quando abriam, e durante o primeiro ano, eram óptimos, porque só tinham pessoas conhecidas, isto é, os nossos amigos. No segundo ano, começavam a aparecer caras novas, mas bonitas, o que nos fazia continuar a frequentar o local. No terceiro ano, estando na pista a dançar, olhávamos em volta e sentíamos, subitamente, que aquele espaço, outrora familiar, tinha sido invadido pelos bárbaros.

PORTUGAL FOI TOMADO POR ESTRANGEIROS E ESTRANGEIRADOS

Portugal foi tomado por estrangeiros, e por estrangeirados traidores à Pátria. Já tinha sido assim noutros momentos doutros séculos desta Nação Valente e Imortal. Apesar disso, de seguida veio sempre a reafirmação ou a restauração da Independência Nacional. Tenhamos esperança, estejamos preparados, e saibamos escutar o sinal quando soar a Hora.

terça-feira, 16 de abril de 2013

UM BLOGUE QUE TEM CONVIDADOS* ASSIM, TEM TUDO!

A especialíssima convidada semanal desta blogue, que estreia mundialmente aqui as suas crónicas às Sextas-Feiras na sua coluna Carteira de Senhora, tem um texto publicado ontem no Diário Digital. Monárquicos?, por Leonor Martins de Carvalho.

* Além da Leonor Martins de Carvalho, refiro-me ainda aos especialíssimos convidados que igualmente já passaram semanalmente por esta casa —  Francisco Cabral de Moncada e Pedro Guedes da Silva —, e ainda ao Marcos Pinho de Escobar, que continua também connosco todas as Segundas-Feiras. 

segunda-feira, 15 de abril de 2013

CADERNOS INTERATLÂNTICOS (12)

En 1968, poucos meses antes de sofrer o acidente vascular cerebral que o afastaria da Presidência do Conselho, Salazar concedeu uma entrevista ao jornalista argentino Bernardo Neustadt – referência incontornável nos meios de comunicação do país sul-americano, testemunha privilegiada de momentos-chave da história local, pioneiro e líder dos programas televisivos de entrevistas. Há alguns anos tive o ensejo de estar na apresentação de um dos seus livros, em cujas páginas  tentava esboçar uma explicação para as sucessivas crises que se vem abatendo sobre a Argentina e que culminaram com a débâcle económica e política de 2001. Qual a minha surpresa quando Neustadt desata a falar da entrevista de Lisboa e de como Salazar o havia impressionado. Na altura sentira-se um tanto ofendido com o diagnóstico que o asceta de São Bento fazia da Argentina e dos argentinos. O passar do tempo fê-lo reconhecer o acerto da análise e o carácter profético do juízo emitido. Desde então, arrependido de sua reacção inicial, passou a render constante homenagem ao estadista português. Nunca mais esqueceu-se da distinção fundamental – e que constitui a opção fundamental na vida individual e colectiva – entre SER MELHOR e ESTAR MELHOR.

Dizia Bismarck que os povos superiores aprendem com a experiência dos outros, os medíocres aprendem com a própria, e os incapazes não aprendem nunca. Os portugueses tiveram o raro privilégio de contar com um Salazar que restaurou a Nação, reconduzindo-a na senda do seu destino histórico. Aprenderam a lição? Não. Optaram por deixar que um grupelho de desqualificados fizesse tábua rasa do esforço de duas gerações capitaneadas por um homem de génio. Agora colhem os frutos bem maduros.

Vamos, pois, à entrevista:


REVISTA EXTRA - AÑO IV - Nº 35 - JUNIO 1968
40 AÑOS EN EL PODER
Entrevista a António de Oliveira Salazar


Entre 1910 y 1926, Portugal tuvo 8 presidentes de la República, y de todos ellos, UNO SOLO, cumplió con le mandato constitucional. En esos 16 años hubo 44 ministerios, con una duración media de cuatro meses cada gobierno. Un gabinete duró 12 horas. Otros, llegaron a 8, 11, 19, 23 y 32 días. En un Portugal individualista, así de conturbado, surge a la luz pública un experto economista, Antonio Oliveira de Salazar, nacido el 28 de abril de 1889 –tiene ahora 79 años- en una pequeña aldea, Vimieiro. Hijo de unos modestos agricultores, Antonio y María do Resgate Salazar-, desde la Universidad de Coimbra, asiste al penoso proceso de desmembración de la conciencia nacional portuguesa. Entonces decide ingresar al Centro Académico de la Democracia Cristiana, para tener una vitrina ideológica. En 1914 se gradúa en derecho; en 1917, obtiene el cargo de, profesor ayudante. En 1921 es elegido diputado católico en el Parlamento, y 5 años después, se produce la revolución que encabeza el mariscal Gomes da Costa. Lo llama a Oliveira Salazar y lo designa ministro de Hacienda. Dicta una orientación; exige una severa disciplina administrativa. Las condiciones son muy duras y entonces su programa no es aceptado íntegramente. Renuncia. Dos mese estuvo en la función; Oliveira Salazar juega al TODO o NADA. Portugal sigue a los tropiezos; en abril de 1928 –ahora se cumplieron 40 años- es nuevamente convocado a gobernar; entonces exige como condición la aplicación integral de un plan económico y de una reforma total de la estructura jurídico-político que albergaba el caos portugués.

Desde entonces, el profesor Oliveira Salazar gobierna, ampara, conduce a Portugal. Por su puesto ha recibido todos los motes propios de "los gobiernos que ponen orden en la casa" y rompen con el viejo sistema liberal. A Salazar se le dice desde Dictador hasta Totalitario, y se le aplican "ismos" con que el mundo de la etiqueta fácil suele descalificar el resultado de una obra. Para encontrarse con esa realidad, Extra estuvo en Lisboa exactamente el día que el profesor Oliveira Salazar –ahora presidente del Consejo del Gobierno- cumplía 40 años de PODER-PODER. Nunca había recibido a un periodista argentino, ni sudamericano. Además, hace ya tiempo que prefiere los largos silencios y la meditación al escaparate. Desde esa suerte de retraimiento, gobierna un Portugal sano, brioso, que se permite además el lujo de inmenso de mantener provincias africanas, en un ideal estado de convivencia, y donde el "natural" se siente totalmente portugués. 8 millones de almas en unos 160.000 km. cuadrados de Portugal, y 15 millones en Angola, Mozambique, Guinea, Macao, saben que el nombre de Oliveira Salazar, significa orden, estabilidad, progreso sin gritos.

"Renuncié a la emoción"

Durante 70 minutos Extra conversó con Oliveira Salazar, un obstinado célibe, de cuya soledad, misticismo y honestidad, hay pruebas concluyentes. Este fue el diálogo:


Antonio de Oliveira Salazar: ¿Qué les pasa a los argentinos...? ¡Qué lástima!...

Extra: Estamos buscándonos por dentro... Revisando nuestro estilo de vida. Como Uds. en 1928.

Oliveira Salazar: Yo recuerdo que por el año 1930, los pocos argentinos que llegaban a Lisboa se mostraban tan orgullosos del país que hasta me aseguraban que "la Argentina hacía llover cuando quería..." Y en los últimos años, los argentinos que pasan por aquí, sólo se quejan... se quejan... ¡Qué lástima!
Extra: Hemos tenido 7 presidentes en 22 años. Más de 200 ministros...

Oliveira Salazar: Claro, la continuidad es muy importante. Pero, además, los pueblos de América y los países del sur de Europa no pueden darse el lujo –creo yo- de vivir en una democracia representativa liberal parlamentaria. Porque tenemos mucha pasión. Y la pasión escinde. Desordena. Impide construir. Tuve que renunciar a la emoción para gobernar... No puedo evanecerme, puesto que no realicé todo lo que deseaba... Pero ejecuté lo suficiente para que no se pueda decir que fallé en mi misión. No siento, pues, la amargura de los que merecida o inmerecidamente no vieron coronados sus esfuerzos y maldicen a los hombres y a la suerte. Ni siquiera me acuerdo de haber recibido ofensas que me lleven a ser menos justo. Por el contrario; en este país donde tan a la ligera se aprecia y desprecian los hombres públicos, gozo del raro privilegio del respeto general... PUDE SERVIR...

Extra: Sin embargo hay gente que sostiene que tras 40 años de gobierno, Portugal pudo crecer más...

Oliveira Salazar: En política lo que valen son los resultados. El dirigente tiene que calcular la cantidad de ideal que soporta lo real y la dosis de libertad compatible con la salvaguardia de la autoridad y el mantenimiento del orden. Cuando llegué al Poder podía haber enajenado la nación con pedir préstamos al exterior. Un gran proceso de industrialización rápido, urgente y equivocado... No... De ningún modo; Portugal tenía que optar entre ESTAR MEJOR y SER MEJOR. Prefirió SER MEJOR...

Extra: Hemos visto mujeres y hombres de larga edad torcidos, sobre los hermosos campos, en minifundios marcados por el tiempo. Sin asistencia técnica casi... ¿Es un problema económico, educacional?

Oliveira Salazar: Es un problema sentimental. Nacieron allí. Trabajaron así... Los estamos convenciendo de que acepten por lo menos las Cooperativas para unirse allí, adquirir maquinaria y cambiar el método. ¿Pero usted cree que a mí, realmente me puede halagar que la gente se sienta esclava de la tierra, encorvada por la vida...? Una vez yo tenía un campo similar al de un vecino. Igual dimensión, igual cultivo. Lo quise cambiar. Entonces él me contestó: "NO SEÑOR DOCTOR... Yo sé que es igual que el suyo... Pero aquí yo venía cuando tenía 8 años con mi abuelo y la cabra... No lo puedo trocar..."

Extra: ¿Lo asusta la transformación?

Oliveira Salazar: (riendo mucho, mucho...) No me conoce usted. No quiero hacer pagar a mi país el precio caro de las transformaciones cuyo valor está todavía a demostrar... Por ejemplo, creo que en ese error incurrió la Argentina; seguí el proceso de Perón que parecía interesante, pero que se desvió. Llevar a un país de estructura agrícola – ganadera sin más ni más a un
proceso industrial sin transición es peligroso y ruinoso...

Extra: ¿Entonces usted qué hizo al encontrarse en el Poder?

Oliveira Salazar: Me encontré con un país desordenado y endeudado. Sin fervor. Primero, como le dije, no volver a recurrir al crédito internacional sin sentido. Resolví que el camino más indicado si queríamos Seguir siendo PORTUGAL, era el que adoptan los católicos a la hora de la cuaresma: AYUNAR. Crecer demasiado pronto hubiera sido tentar al fracaso demasiado rápido. El estado no debe ser señor de la riqueza nacional, ni colocarse en condiciones de ser corrompido por ella. Para ser árbitro supremo de todos los intereses, es preciso no dejarse maniatar por ninguno de ellos... Sin cerrar los ojos a las enseñanzas que otras formas de organización traen como remedio, consideré como saludable para el cuerpo social un margen amplio concedido a la iniciativa privada y hasta a la competencia, siempre que EL ESTADO MANTENGA LA POSICION DE ARBITRO SUPREMO ENTRE LOS INTERESES EN JUEGO. Hubo que poner mano dura. No lo niego. Pero en circunstancias así, cada uno procura bastarse a sí mismo y es inútil en las economías que tienen la agresividad enfermiza de la miseria, encontrar fórmulas de colaboración amistosa...

Extra: ¿Qué es el socialismo de Estado?

Oliveira Salazar: Es un régimen burgués por excelencia. La moneda es una medida delicada, destinada a servir y no a dominar...

Extra: Según usted, la democracia representativa parlamentaria es contraindicada para países de América y sur de Europa. ¿Por qué?

Oliveira Salazar: Porque tienen muchos Jefes. Mucha deliberación. Escaso resultado. Aquí la Asamblea Nacional funciona 3 veces al año. Nada más. Los ministros no van a su seno, sino a las comisiones. No queremos discursos espectaculares y ataques indiscriminados para "salir en los diarios". Somos un país pequeño con problemas serios y no podemos abrir frentes de debilidad con el sólo fin de proclamar que "jugamos a la democracia".

Extra: A su juicio, ¿cómo hay que crecer?

Oliveira Salazar: Con inteligencia. Ustedes los argentinos, por ejemplo, deberían crecer desde el campo hacia la industria, elaborando al pie de los trigales los productos manufacturados. Y no intentar aventuras.

Extra: Pero en un mundo tecnológico, urgido, eso significa no ya crecer despacio, sino estancarse...

Oliveira Salazar: Le insisto; hay que elegir ESTAR MEJOR O SER MEJOR...
Extra: ¿Me permite que le cuente una anécdota que puede afectarlo?

Oliveira Salazar: Como no...

Extra: Los otros días en Coimbra, concurrí a visitar una República de Estudiantes. En el cuarto de uno de ellos, estaba inscripta en la pared una frase suya: "Sin el consentimiento del pueblo no se puede gobernar un minuto... Salazar". Debajo de ella el ocupante de la habitación había escrito en rojo vivo: ENTONCES PORQUE NO SE VA...

Oliveira Salazar: (con una extraña y larga sonrisa que le nacía en los ojos ampliaba las comisuras de los labios). Sí... me imagino. A ese joven universitario usted le pregunta: ¿Lo quiere a Salazar? Le contesta: NO. Pero le pregunta: ¿Y a quién quiere? Y él no sabe. La juventud del mundo sabe TODO LO QUE NO QUIERE. En eso coincide. Pero no sabe lo qué quiere... Ellos forman EL PARTIDO DE LOS QUE NO QUIEREN PARTIDOS.

Extra: ¿Cómo ve usted desde su balcón el problema de la Sorbona, del fragor de lo que hoy vive París...?

Oliveira Salazar: Con mucha preocupación. Le aseguro. Puede ser un polvorín. Creo que mi buen amigo De Gaulle tras decir las palabras justas fue cediendo. Y eso es muy peligroso. Fíjese; en Europa hay un gran jefe: De Gaulle. Pero como tiene resentimientos inolvidables contra EEUU y con Inglaterra, cada vez que habla, siempre rosa de paso a sus adversarios.
Esto no, esto no, esto no... Me hace acordar al chico de Coimbra; sabe lo que no quiere... Si De Gaulle invirtiera los términos y empezara a sazonar lo positivo...

Extra: Justamente hablando de crecimiento, España se desarrolla vertiginosamente y no como es su gusto, profesor...

Oliveira Salazar: Nosotros y España somos dos hermanos, con casa separada. Tan vecinos que podemos hablarnos desde los balcones, pero seguramente más amigos por ser independientes y celosos de nuestra autonomía. Miro con alegría el esfuerzo español. Su progreso. Me acuerdo que al término de la guerra mundial, cuando España fue prácticamente BOYCOTEADA por casi todos los países, solo dos naciones permanecieron a su lado; dejando sus embajadores y siguiendo las relaciones comerciales: la Argentina y Portugal. Hoy –recién hoy- todos admiran la labor de Franco... En fin... Pero le digo también que el crecer como España supone un riesgo; despersonalizarse. Esto no invalida mi admiración...

Extra: Permítame otra irreverencia; aquí en Portugal se practica abiertamente la Censura de Prensa...

Oliveira Salazar: Es extraño que usted no nos llamó "incivilizados" por eso. Le quiero aclarar; existe Censura previa, pero no se practica. Después de tantos años, los periodistas ya saben lo que NO DAÑA A LA NACION. No podíamos permitirnos, le repito, "el lujo de la libertad". A veces cuando leo algún editorial, se queja de una censura previa que solo figura en las normas, llamo a los periodistas y le propongo: suprimo la norma de censura previa, pero ordenamos el secuestro de toda publicación que atente contra seguridad del país y de sus instituciones. Entonces todos saltan y dicen: "¡NO... Preferimos el actual estado de las cosas...!" Es que hay que saber vivir en libertad con responsabilidad.

Extra: Otra cosa que molesta "AL MUNDO" es que Portugal insista en mantener la autoridad sobre Angola, Mozambique, Macao...

Oliveira Salazar: ¿Al mundo? No. A los intereses del EXTRAÑO MUNDO... Angola, Mozambique, Guinea, Macao, son provincias portuguesas, de notable identificación. De estupenda convivencia. La mala información norteamericana lleva a confundir las cosas. Es raro que un país que no logra que el seno de su sociedad pueda integrarse pretos y blancos, intenten en el Africa que los pretos se autogobiernen, en una actitud que llamó demagógica e irresponsable. Piden la libertad fuera de sus límites, pero tiene problemas raciales insolubles dentro de sus fronteras. Y no sé realmente si un día no nos levantamos y estamos ante una guerra civil en EEUU.

Extra: ¿Sostiene usted entonces que los países del Africa no se pueden autogobernar?

Oliveira Salazar: Así es...

Extra: Pero, ¿cuándo podrán?

Oliveira Salazar: Es un problema de siglos. Dentro de 300 a 500 años... Mientras tanto tendrán que ir participando del proceso... Llámelo a eso neocolonialismo o como quiera, si la palabra está agotada...

Extra: ¿Y mientras tanto cuánto tiempo más podrá Portugal soportar la guerra terrorista...?

Oliveira Salazar: Indefinidamente. Es apenas en la frontera y son mercenarios. Nos cuesta 6 millones de contos que salen íntegramente del presupuesto natural... de mayores ingresos...

Extra: Pero la juventud que tiene que ir allí se queja...

Oliveira Salazar: Extraño. Porque una estadística prueba que se afirma el sentimiento nacional. Y que el 40% de los que retornan a Portugal tras cumplir la exigencia militar, vuelven a instalarse en Luanda, o en Mozambique... Conocen el país integralmente y aprenden a amarlo... Porque defenderlo es amarlo...

Extra: Le quiero hacer una pregunta difícil... Complicada...

Oliveira Salazar: Ya sé; como tengo 79 años, muchos preguntan qué va a ocurrir e Portugal cuando yo no esté... Pues nada. Respetando las instituciones creadas, no pasará nada. El Presidente de la Nación designará un nuevo Presidente del Consejo de Gabinete...

Extra: ¿Pero hay quién lo pueda suceder?

Oliveira Salazar: Hay figuras insospechadas...

Extra: Hágame nombres. Porque sino habría que buscar a Diógenes y su linterna...

Oliveira Salazar: (amplia risa). No. No hará falta... Lo único es que habrá que tener paciencia al principio y DARLE PLAZO PARA GOBERNAR. No apurarse... Darle tiempo...

Extra: ¿Qué le pediría usted a la Argentina...?

Oliveira Salazar: Que nos conociera un poco más... Conocernos, conocernos...

Extra: Nosotros también buscamos un estilo de vida o un sistema...

Oliveira Salazar: Sí, pero no hable usted de corporativismo en su país que lo van a acusar de fascista... Este traje portugués a lo mejor no le queda bien al país, pero algunas experiencias que tenemos para administrar y conducir, pueden ser dignas de estudio... Aquí los intereses de los más están representados; tenemos una Cámara Política, la Asamblea Nacional y una cámara de carácter eminentemente social que es la Cámara Corporativa. Aquí no falta ningún sector de interés. Empresarios, obreros, profesionales, técnicos, profesores universitarios. Tan mal no nos ha ido; el analfabetismo que era de un 70% en 1928 fue anulado totalmente en cuanto a la población con edad escolar; el producto bruto nacional se elevó en un 65% en los últimos 10 años; la producción industrial subió de 9 millones de contos, en 1938, a 50 millones de contos en 1967; la tasa de producción de electricidad pasó de 187 millones klw/hora en 1926 a 5.200 klw/hora en 1967. La organización mundial de la Salud ha felicitado a Portugal por su capacidad sanitaria; se cuadriplicaron las escuelas primarias. Liceos universidades, en Portugal, en Angola y en Mozambique, son otras pruebas innegables de que hemos trabajado en un tiempo en que se habla mucho, todo parece depender de los subsidios y ayuda técnicas y esto lo hemos hecho SOLOS.

Extra: Ustedes tienen relaciones diplomáticas y comerciales con Cuba...

Oliveira Salazar: Eso no puede causar extrañeza. Si Estados Unidos obligado a desempeñar casi un papel de Gendarme Mundial, aboga y practica una política de acercamiento de relaciones comerciales y hasta de auxilio a países del bloque socialista; no veo yo que Cuba amenace más la seguridad del Hemisferio Occidental más de lo que la amenaza Rusia... Yo veo que la República Arabe Unida o Ghana, hostilizan públicamente a EEUU y, sin embargo, no cesan de recibir ayuda. Washington tiene una política muy extraña.

Extra: Por fin, profesor Salazar, ¿prevé o favorece usted algunas mudanzas en el sistema político portugués para los próximos años?

Oliveira Salazar: 40 años no es nada en la vida de un pueblo. Nada... Sin embargo, hemos avanzado. ¿Sabe lo que pasa? Hoy ya no hay grandes partidos; HAY PATRULLAS POLITICAS por un lado y por el otro, ESTADOS MAYORES POLITICOS sin fuerzas importantes que lo sigan... Hay mucha gente sedienta de cambio. Todos podrían unirse, pero sólo lo hacen para la subversión. No podrían gobernar un minuto. No se puede ser liberal y socialista al mismo tiempo. Además, frente al orden ofrecen el caos... Esta experiencia es la que mejor se ajustó a nuestro modo de ser. Claro; hubo errores, injusticias, deficiencias, atrasos, abusos; todo eso lo podemos admitir, porque nada es bastante para destruir el valor de la comparación. El orden, la tranquilidad pública, el crecimiento educacional y cultural, el prestigio, la cohesión nacional, todo eso, aceptamos, que con otras personas se hubiesen podido conseguir; CON OTROS PRINCIPIOS, NO. Lo que está indicado no es volver al desorden parlamentario y a la debilidad de los gobiernos. No es destruir la experiencia que se acreditó por su eficacia, sino renovarla en personas y métodos, pero proseguir... El liberalismo económico murió. Y nosotros somos por tanto, libres de tener una organización. Fuimos hacia la organización corporativa. Y nos dio la síntesis deseable de los intereses. Sustituimos la lucha de clases. En fin... El Poder cansa, gasta, disgusta a los que lo soportan, incluso cuando no hay razón. Son como los enfermos; volviéndose al lecho, siguen con los mismos dolores, pero les parece que están mejor... Yo siempre he sido refractario a mudar por mudar. Comprendo las impaciencias o las necesidades políticas, para cuya creación, NO DESEO CONTRIBUIR. El inmovilismo es terrible; pero cambiar el orden por el caos, es peor. Estoy siempre preparado para partir; no digo sin disgusto, pero sí, sin desilusiones...

Até a próxima semana.

Marcos Pinho de Escobar

sexta-feira, 12 de abril de 2013

CARTEIRA DE SENHORA


DIA 62

A carteira hoje verga-se a uma introdução determinada pela proprietária (dela, que não da crónica).

A notícia da atribuição do Prémio Sir Geoffrey Jellicoe ao Arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles tem que ser realçada, pela sua inteira justiça e pelo reconhecimento da dedicação da sua vida à arquitectura paisagista, não esquecendo a protecção da natureza e o ordenamento do território.

Mesmo que alguns assim pensem ou possam fazer crer, não são áreas estanques, estão intimamente ligadas e são interdependentes. No Arquitecto Ribeiro Telles, que os malfadados jornais acordistas teimam em transformar em arquiteto, seja lá o que isso for mas coisa boa não é com certeza, a visão sempre foi e será a da interdependência neste grande ecossistema em que vivemos.

Já assisti a sorrisos condescendentes, acenando que sim, que é muito importante, que respeitam muito o Arquitecto Ribeiro Telles, apenas para virar depois o olhar cúpido para o que verdadeiramente lhes interessa, refilando pelo que lhes parecem ser escolhos nos caminhos do lucro fácil.

A importância das hortas urbanas, a reabilitação do mundo rural e de um determinado tipo de agricultura como combate à desertificação, a protecção das aldeias, a denúncia das construções em leito das cheias, a defesa das mini-hídricas, a preservação do património urbano e paisagístico, a contestação da eucaliptização e da agricultura extensiva que faz perder a ligação à terra e provoca desequilíbrios, a criação das áreas protegidas, um olhar diferente para o ordenamento do território, foram alguns dos temas que sempre defendeu a par do exercício de uma arquitectura paisagista imbuída do mesmo espírito.

No fundo trata-se também da preservação da sabedoria de todo um povo que durante séculos aprendeu a conhecer o território que tinha em mãos e a aproveitar ao máximo aquilo que a terra e a paisagem lhe podem dar.

O arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles teve sempre razão mais de trinta anos antes. O grave é que as pessoas sabiam e ignoraram, sabem e ignoram. Tantas catástrofes se teriam evitado e poderiam evitar se o ouvissem. Não. Não basta ouvir. É mesmo seguir-lhe os passos.

Como fica claro, não entendo nada dos assuntos que domina, mas conheci-o durante a adolescência e respeito-o desde esses tempos. O pouco que penso saber aprendi com ele e não é difícil, porque instintivamente sabemos que tem razão. São ensinamentos sobre aquilo que nos está no sangue, mesmo que a visão dita moderna e progressista queira tentar negar. Afinal não há nada de mais actual do que aquilo que é verdadeiro.

Amor à terra e amor a Portugal resume como tem vivido a sua vida. Amor ao Rei é o corolário lógico do seu pensamento.

Era para ser uma introdução. Cresceu, ganhou asas e metamorfoseou-se em crónica. Nada a fazer. Rendo-me de sorriso aberto. Por quem é.

Leonor Martins de Carvalho

quinta-feira, 11 de abril de 2013

DA GRANDE BESTA LIBERAL

O liberalismo é sempre mau. Quando se adiciona o liberalismo económico ao liberalismo político, então, acrescenta-se a catástrofe social ao caos doutrinário.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

DA MORTE E RESSURREIÇÃO DE PORTUGAL

Portugal morreu. Desde o início do século XV os nossos Reis souberam ver que Portugal não sobreviveria confinado apenas a um rectângulo no extremo mais ocidental da Europa. Decidiram portanto sabiamente descobrir e conquistar novos territórios ultramarinos. Ao longo dos séculos os grandes estadistas nacionais cientes desta necessidade geopolítica mantiveram e aprofundaram a nossa presença em todos os continentes com visíveis vantagens económicas e sociais para Portugal. Depois subitamente veio um bando de traidores à Pátria que entregou as províncias ultramarinas de bandeja e de mão-beijada para seu proveito pessoal. Desde lá o País definha de dia para dia. Contudo acredito que chegará ainda a hora de uma Ressurreição Nacional. Assim Deus nos dê depressa um Chefe. 

segunda-feira, 8 de abril de 2013

CADERNOS INTERATLÂNTICOS (11)


A Argentina é um país curiosíssimo. Em apenas trinta anos, de 1880 a 1910, logrou-se transformar a pampa húmida dos gauchos em um dos países mais ricos, mais cultos e com um dos mais elevados níveis de vida em todo o mundo. Quem tem a oportunidade de visitar Buenos Aires agora, já profundamente alterada por décadas de crisis de todos os tipos e magnitudes, ainda vai maravilhar-se com a beleza, a elegância e a grandiosidade do que restou dos palácios, prédios públicos e privados, parques, jardins, tudo à imagem e semelhança de Paris. Por momentos o visitante sentir-se-á na velha Europa de outros tempos: livrarias em cada esquina, cafés decorados com boiseries e alabastro, confeitarias de ambiente parisiense ou deliciosamente Mitteleuropa; grande oferta de concertos, ópera e ballet; gente vestida a preceito, muitas vezes em flanela cinza ou tweeds.


 
Nos últimos anos do século XIX o produto per capita igualava os níveis obtidos na Alemanha, na Bélgica e na Holanda, superando a França, a Itália e a Espanha. Em 1914 o ordenado médio de um trabalhador industrial na capital argentina era 20% superior ao do seu homólogo de Paris. Por esta altura um em cada três habitantes de Buenos Aires era imigrante – a vasta maioria italianos e espanhóis. Após a II Guerra Mundial e graças à fortuna acumulada pelas vendas de carne e trigo aos beligerantes, o governo de Perón mete ombros à industrialização: em 1947, sob a orientação de engenheiros alemães, constrói-se o primeiro avião a jacto, um caça militar; desenvolve-se uma indústria petrolífera de grande porte; surgem fábricas de automóveis que, ao longo dos anos, atingem o número de dez; fabrica-se o primeiro computador da Iberoamérica; domina-se a tecnologia nuclear; produzem-se navios, locomotivas e maquinária sofisticada. 


 
A Argentina de hoje está em pantanas. A indústria, em sua maior parte, esfumou-se – ou foi substituída pela brasileira, a única no mundo a contar com mercado cativo. A Argentina dos europeus que para cá se dirigiam a fazer a América apresenta neste momento 50% de pobres, grande parte indigentes. Para tornar-se rica e desenvolvida a Argentina olhava para a Europa e para a América do Norte – ali dirigia-se a buscar inspiração, exemplo, companhia e negócios. Hoje, pobre, a ostentar o título de única sociedade que transitou do desenvolvimento ao subdesenvolvimento, o país estupidamente contenta-se em buscar o seu role model no Brasil de analfabetos lulas e guerrilheiras diumas, grande musseque anárquico, paraíso da especulação financeira e das negociatas. Tendo sido objecto de investigações académicas pela rapidez e qualidade de seu processo de desenvolvimento, o país dos Argentinos voltou a sê-lo, desta vez pela rapidez e qualidade do seu processo de subdesenvolvimento.


 
Esta é a dupla excepcionalidade argentina.


 
Um excelente ensaio sobre o apogeu e a decadência do país do tango é justamente La Excepcionalidad Argentina, Auge y Ocaso de una Nación, por Vicente Massot, Ed. Emecé, Buenos Aires, 2004.


 
Até para a semana.
 
Marcos Pinho de Escobar

sexta-feira, 5 de abril de 2013

CARTEIRA DE SENHORA


DIA 61

A carteira passou as férias de Páscoa numa ânsia tal que já ninguém lhe queria pegar. Quis por força voltar às redes sociais porque ficou entusiasmada com a introdução e quer ter mais dados sobre o assunto, não vá de repente decidir mergulhar na onda virtual.

Tenho de lhe explicar que é como se estivéssemos numa sala imensa, cheia de gente, mais conhecida, menos conhecida, assim-assim ou até desconhecida, mas onde cada um pensa que está numa salinha de ambiente intimista em amena cavaqueira apenas com uns poucos.

O Facebook, para além daqueles deslizes típicos de um americano a tentar falar português, confundindo a torto e a direito o género e a conjugação verbal, parece que está a querer aderir ao desacordo ortográfico. Podemos por isso encontrar expressões como “registo de atividade”, “localização atual” e “atualizar informação”. Vou ter mesmo de tomar medidas extremas e explicar aos senhores que no meu mural, tal como em casa, não admito desacordos nem ortografias delirantes.

Para que se escreva qualquer coisa naquilo a que chamam mural, o Facebook ataca-nos com a já célebre pergunta: Em que é que estás a pensar? Trata-nos por tu, o insolente. A fazer-se de íntimo para ver se lhe abrimos o coração. A certa altura já ninguém lê a pergunta, nem se lembra que lá está e vai directa ao assunto do momento.

Aqui há tempos, em Dezembro do ano passado, mais precisamente, apostou na inovação e alternava quatro perguntas, incluindo sempre o nosso nome para personalizar a coisa, procurando dialogar connosco e tornar a conversa ainda mais íntima: Como te sentes, Leonor? Como está tudo? Como estás? O que está a acontecer?

Não sei o que se passou noutros países, mas em Portugal a troça foi tanta, a inovação foi tão enxovalhada que rapidamente desapareceu a tentativa de conversa e endireitaram caminho com a pergunta inicial.

Para além de permitir fotografias e vídeos, aparece também a opção “eventos da vida”, uma espécie de lista prévia de produtos à sua escolha. Dirigida especialmente aos preguiçosos, prevê acontecimentos tão importantes da nossa vida como a publicação de um livro, um animal de estimação novo, ossos partidos, deixar um vício, fazer uma tatuagem, o primeiro beijo ou a primeira palavra (esta se levada à letra punha bebés na rede social…), o fim de uma relação e passar a usar óculos. Tudo coisas que interessam imensíssimo. Só descobri esta opção outro dia mas nunca vi ninguém a usá-la, o que é bom sinal. Dispensam frases pré-cozinhadas. Ainda pensam, divulgam apenas o que querem e usam as suas próprias palavras.

Desde que se faculte a data de nascimento, uma das novidades das redes sociais foi de repente termos um dia de anos cheio de parabéns de todas as cores e feitios. De meia dúzia de pessoas que sabiam de cor ou tinham anotado a data, passámos a uma grande festa de anos. Não tenho ouvido queixas. E os nossos amigos continuam a telefonar-nos.

Contudo, há quem não indique qualquer data de nascimento ou quem a dê incompleta. O dia e o mês, ainda vá, mas lá o ano… Um dia, quando ainda tinha poucos amigos no Facebook, e por ter destas curiosidades insanas, resolvi estudar profundamente o assunto e separei por sexo todos os que não diziam o ano de nascimento. Depois da trabalheira tive o castigo merecido. Afinal esta é uma faceta comum a homens e mulheres e as variadas razões de assim proceder também o serão.

Pode ser que a carteira me dê folga destas análises virtuais por uns tempos. Começam a parecer as obras de Santa Engrácia.

Leonor Martins de Carvalho

quinta-feira, 4 de abril de 2013

SOU ASSIM

O melhor do dia é a noite.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

UMA CAUSA QUE OS PORTUGUESES NÃO PODEM DEIXAR MORRER

terça-feira, 2 de abril de 2013

UMA REVISTA FUNDAMENTAL NUMA BIBLIOTECA CULTA

Sabem os meus leitores do muito que me tenho queixado da pobreza editorial no nosso país, especialmente no que diz respeito a revistas e jornais. Passadas décadas em que a dificuldade era ter tempo para ler as diversas publicações de qualidade disponíveis, vivemos agora um tempo de deserto cultural nas bancas e nas livrarias. Quantidade não falta, mas são resmas de papel com as mais imbecis banalidades sob a capa de ridículos títulos bombásticos. Neste caso, estamos nos antípodas dessa miséria. Esta é uma revista de qualidade, essencial a quem gosta de ler sobre Cultura, Filosofia, História, Geopolítica, etc. Procurai-a e comprai-a, antes que esgote. Há já seis números à mão de semear. Quem vos avisa, vosso amigo é.

GOSTO DISTO

E eis que Lisboa lentamente se transformou numa cidade de ciclistas. 

segunda-feira, 1 de abril de 2013

CADERNOS INTERATLÂNTICOS (10)


No Portugal abrilescamente insignificante e em vias de extinção, custa a muitos acreditar que a terra lusa já produziu santos e heróis - ou, pelo menos, gente que não media sacrifícios para servir a Pátria. É por isso que, de quando em vez, gosto de sair em busca de testemunhos desta “produção”, especialmente pelas paragens mais meridionais da América do Sul. Há alguns anos encontrei um indivíduo com uma folha de serviço mais que interessante: trata-se de Patrício José Corrêa da Câmara, primeiro Visconde de Pelotas.


Portugal avança para o Sul com o objectivo de dominar a margem oriental do rio da Prata. Os conflitos bélicos intercalam-se com as negociações diplomáticas - e os dois, muitas vezes, desenvolvem-se em simultâneo. Os tratados de Madrid (1750) e Santo Ildefonso (1777) não logram resolver a questão de fundo e o território português do Rio Grande de São Pedro (actual Rio Grande do Sul) encontra-se consideravelmente reduzido.


Entre Julho e Dezembro de 1801 o então coronel Corrêa da Câmara, Comandante da Fronteira de Rio Pardo, à cabeça de um regimento de quatrocentos homens, conquista a povoação espanhola de São Gabriel e o forte de Santa Tecla, arrasando este pela segunda e definitiva vez. Da actual cidade de Santa Maria Corrêa da Câmara, em impressionante sucessão de ataques, derrota as tropas d'Espanha nas localidades de São Martinho, São Miguel, Santo Ângelo, São Luís Gonzaga, São Nicolau e São Lourenço, terminando por incorporar, em carácter definitivo, os chamados Sete Povos das Missões Jesuítas à Corôa Portuguesa.


Mas não é tudo. Com as tropas portuguesas nas proximidades do forte de Cerro Largo, o governador de Buenos Aires, Marquês de Sobremonte, envia para ali substanciais reforços e, convencido de estar em posição favorável, lança um ultimato de vinte e quatro horas para os portugueses abandorarem a zona. Fica célebre a resposta do coronel português Manuel Marques de Souza, comandante da Fronteira do Rio Grande e futuro Marquês de Porto Alegre: "Nem em 24 horas, nem em 2400 anos" sairiam eles dali – e que os espanhóis se atrevessem confirmar a disposição lusa. A tensão é grande e as hostilidades podem começar a qualquer momento. Entretanto irrompe o temerário coronel Corrêa da Câmara com o seu regimento, movendo a balança a favor de Portugal. O Marquês de Sobremonte - imagino-o a estudar o terreno e a correlação de forças através de sua lorgnette - decide a retirada das suas tropas. É exactamente aí que fica demarcada a fronteira do que mais tarde vem a constituir o Brasil e o Uruguai, mesmo após a incorporação por parte de Portugal da Província Cisplatina e a sua posterior independentização como República Oriental.


Ao fim desta gesta Patrício José Corrêa da Câmara é promovido a tenente-general e feito Visconde de Pelotas. Estamos no final de 1801, no reinado de D. Maria I e na regência do príncipe D. João. Era ainda época de servir a Pátria, honrá-La, dilatá-La. Tivemos de esperar o último quartel do século XX para assistir à ignominiosa inversão destas práticas.


Até para a semana.


Marcos Pinho de Escobar