segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

CADERNOS INTERATLÂNTICOS (2)


Na sua última “Carteira de Senhora” a Leonor Martins de Carvalho recordou, com grande justiça, o vil atentado que há cento e cinco anos vitimava o Rei D. Carlos e o Príncipe D. Luís Filipe.  Sem dúvida, um regicídio é um parricídio, com todas as implicações que daí advêm, reconhecidas ou não. Recordo que a propósito do aborto, o Santo Padre Pio de Pietrelcina dizia que não se tratava apenas de um homicídio, mas igualmente de um suicídio.  Pois o assassínio de um Rei, seja ele a figura decorativa tão ao gosto do demo-liberalismo, ou monarca efectivo, é sempre – no mínimo – uma terrível mutilação ao corpo nacional. Daí que um regime político gerado no ódio e no crime jamais pode ser boa coisa. É que já nasce com a chancela do Iníquo, sendo instrumento fundamental no seu plano de abolição do homem.  Nas versões light ou hard, ajustado à idiossincrasia de cada povo, consoante tempo e lugar, a guerra movida contra o Altar e o Trono tem esse claro objectivo.
 
E por falar em Reis… Esta semana a Rainha Beatriz da Holanda anunciou que irá abdicar a favor do filho, o Príncipe Guilherme, casado, desde 2002, com a argentina Máxima Zorreguieta. Filha de um antigo Secretário e depois Ministro da Agricultura do regime militar, a futura Rainha aceitou, alegremente, que o papá fosse proibido de pisar solo holandês para levar a filhota ao altar.  É que a Batávia, terra de piratas e especuladores e hereges, paraíso da droga e da contranatura à medida, não poderia admitir que um funcionário da “ditadura militar” argentina – que combateu a guerrilha marxista – ali aparecesse a conspurcar ambiente tão honrado. Especialmente em vista das ligações entre a Casa de Orange, a Maçonaria e o Grupo de Bilderberg. Mas passo por cima desses “pormenores” para referir apenas dois:  o facto de Sua Alteza renegar a Verdadeira Fé para abraçar a seita protestante e a aceitação pacífica do enxovalho ao progenitor.  Bastam-me essas duas razões para alterar o nome da muchacha de Máxima para Mínima.
 
Há anos que não passava pelo Largo do Carmo numa noite de Sábado.  “Passar” é dizer muito: na verdade quase não “passava”, tal a quantidade de carros.  É caso para afirmar, sem medo de errar, que os portugueses não têm pernas, têm mas é carros. Será que somos o país com mais automóveis per capita? Por quilómetro quadrado?  Talvez o mais certo seja por metro quadrado…  Li outro dia algures que as sociedades avançadas não eram aquelas onde cada pobre tem um carro, mas onde o rico utiliza o transporte público.  Falta muito pouco para o português passar a maior parte da vida sentado num automóvel… imóvel!  Sorte tiveram os abrileiros do “25/74”. Hoje, a coluna fandanga não chegaria facilmente ao antigo Convento construído por São Nuno.  E Portugal, talvez, ainda teria uma chance!
 
Até para a semana.
 
Marcos Pinho de Escobar