segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

SETE TEMAS PARA O ANO DE 2013 D. C.

No próximo ano de 2013 D. C., proponho-me tratar regularmente, aqui e noutros lugares, numa perspectiva de pensamento e acção, os seguintes sete temas:
1. Integralismo Lusitano no centenário da sua fundação. Projecção no futuro.
2. Espiritualidade versus materialismo na História Universal. Ponto da situação.
3. Bem-Comum versus capitalismo e comunismo. Terceira-Via política, social e económica.
4. Comunidade tradicional orgânica: associativismo e municipalismo. Trabalho e território em Portugal.
5. Cultura Lusíada e Língua Portuguesa. Últimos redutos da identidade nacional.
6. Família como célula-base da sociedade. Resistir e transmitir.
7. Vida como valor. Princípio para pôr fim ao genocídio mundial.

domingo, 30 de dezembro de 2012

PARA O ANO NOVO NÃO VAI NADA?

Saúde e Trabalho. É o que desejo aos meus leitores.

A RAIZ DO MAL

O mundo é governado por indivíduos que não gostam de árvores nem de livros. Em Portugal é igual. Quando é que os erradicamos?

PARTIU UM DOS MELHORES DO CINEMA NACIONAL

Partiu Paulo Rocha. Com João César Monteiro e Manoel de Oliveira constitui, cá para mim, a trilogia dos mais geniais cineastas portugueses da segunda metade do século XX. Porque são aqueles que, sendo eruditos e estetas, melhor compreendem a identidade cultural do povo português. E sabem-na tratar, com sensualidade e espiritualidade, em eróticas, irónicas e simbólicas narrativas.

sábado, 29 de dezembro de 2012

GUIA DE MARCHA PARA UMA REVOLUÇÃO CULTURAL

O Castelo, 1912
AMADEO DE SOUZA-CARDOSO (1887 — 1918)
Óleo sobre Tela, 50 x 61 cm
 
Criadores do meu País:

Todos a postos e aos seus postos. Agora é que é. É a hora.

Precisa-se urgentemente de uma revolução cultural. Nacional. Integral.

O salto em frente será dado a partir da espiritualidade ─ e visceralidade ─ que atravessa o corpo da Pátria.

Hoje e sempre.

Foi assim com o Integralismo Lusitano. Do passado para o futuro, através da História.

E foi assim com o Futurismo Português. Do passado para o futuro, através da Estética.

Olhar e saber ver mais além. Criar novas formas para ideias renovadas e com essas mesmas formas novas recriar mais uma vez as ideias de sempre.

Tradição e vanguarda encontram-se. Tradição é renovação.

Imparável dinâmica.

Com alegria e ironia; mas, com realismo e esperança. Com força atlética; mas, com serenidade.

Beber no passado para voar no futuro. Sem medo.

O seguro de vida da Pátria tem mil anos.

Novas imagens serão criadas para exaltar os eternos valores. As palavras bailarão ao som das novas músicas. As belas raparigas redescobrirão o fascínio pelos heróis do passado e do futuro.

A torre, lá em cima, vigia. E o castelo lembra-nos que a Nação se forjou na Reconquista e que os tempos são ─ de novo ─ de refundação: doutinária, estética, política, cultural, e etc. e tal.

Cada um tem a sua tarefa. Cada soldado na sua trincheira.

Onde estão os autores?

Escritores: Enchei as canetas de tinta permanente ─ de sangue ─ e escrei, escrevei, escrevei. A Língua Portuguesa precisa de novas narrativas como de pão para a boca.

Pintores: Alerta! Criai novas imagens e novos símbolos para o agora triste Portugal. Tendes a vista toldada, bem sei. Lavai os olhos, olhai de novo e pintai, pintai, pintai.

A Cultura Lusíada está nas vossas mãos.

Mãos à obra! E às obras de arte. E letras. Sem elas Portugal desaparece.

As criações artísticas e literárias são os primeiros e últimos sinais da identidade cultural de um Povo.

E serão o impulso para uma nova arrancada nacional em direcção ao futuro.

Em frente!

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

CARTEIRA DE SENHORA


DIA 48

Na semana entre o Natal e o Ano Novo sofremos uma invasão muito especial. De todos os lados nos bombardeiam com revistas do ano, balanços do ano, acontecimentos do ano, músicas do ano, desastres do ano, patetices do ano e depois, as previsões para o ano que se segue, muitas ao estilo vidente dos professores que nos querem defender de todos os males em papelinhos entregues à boca do metropolitano.

Pois parece que a carteira não quer perder este comboio e apeteceu-lhe escrever um texto desse especialíssimo género literário.

Balanço do ano da Graça de 2012 (e dos anteriores, já que as diferenças são poucas ou nenhumas):

1.         Um Presidente da República, eleito pela grande maioria de 23%, que entra mudo e sai calado.

2.         Um Primeiro-Ministro que se esquece sempre do que disse antes.

3.         Uma classe política e governativa de altíssima qualidade.

4.         Uma austeridade que nos rói carne e ossos.

5.         Um aumento das exportações com ajuda do ouro de que as famílias se desfazem.

6.         Um rasgar da herança histórica com a abolição dos feriados.

7.         Um acordo ortográfico em desacordo com todos.

8.         Uma cada vez maior centralização do poder nas mãos de cada vez menos.

9.         Uma justiça exemplar em lentidão e ineficácia.

10.     Uma noção de honestidade sui generis.

11.     Uma valorização dos desvalores.

12.     Um património ao deus-dará.

13.     Um povo extraordinário que sobreviveu este ano e os outros a isto tudo.

Previsão para o ano da Graça de 2013 (e posteriores) baseada em estudos científicos rigorosíssimos:

1.         Aplicam-se os pontos 1 a 13 do balanço anterior (com tendência para pior).

2.         Umas eleições autárquicas na ressaca do assassínio de freguesias e do mais que se lhe vai seguir.

Era bom que pudéssemos mudar alguma coisa para que os balanços e previsões não fossem assim. Participar na mudança. Mostrar o quão extraordinários somos.

Enchamos 2013 de tudo o que lhe pudermos dar. Mudemos o seu balanço.

Leonor Martins de Carvalho

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

DO INTEGRALISMO LUSITANO (III)

A restauração da Monarquia, — ponderava já De La Barre de Nanteuil — , não é simplesmente a restituição do poder ao rei, mas a restauração de todas as leis fundamentais do povo. Pois, exactamente, nas «leis fundamentais» do povo, é que a nossa Monarquia tradicional assentava a sua razão histórica de existir. Não pensemos, de modo nenhum, em que seriam preceitos escritos, formando o que em boa mitologia política se convencionou chamar uma «constituição». Saídas de vários condicionalismos, tanto sociais como físicos, duma nacionalidade, formariam, quando muito, pelo consenso seguido das gerações, a observância dos princípios vitais da colectividade, — Família, Comuna e Corporação, ou seja Sangue, Terra e Trabalho, cujo conjunto admirável Le Play designaria de «constituição-essencial».
De «Monarquia limitada pelas ordens», classificaram os tratadistas portugueses a nossa antiga Realeza. Correspondendo às forças naturais da sociedade, organizadas e hierarquizadas em vista ao entendimento e bases do comum, as «ordens» do Estado eram, a dentro dos seus foros e privilégios, as depositárias natas dessas «leis fundamentais». Cada associação, cada classe, cada município, cada confraria rural, cada behetria, possuía na Idade Média o seu estatuto próprio, a sua carta de foral. Legislação positiva destinada a normalizar e a coordenar as exigências da vida quotidiana, tomava o «costume» por base e consagrava a experiência como sua regra inspiradora.

António Sardinha, A Teoria das Cortes Gerais — Prefácio a Memórias para a História e Teoria das Cortes Gerais, do 2.º Visconde de Santarém, Biblioteca do Pensamento Político, Lisboa, 1975 (2.ª edição).

DO INTEGRALISMO LUSITANO (II)

Sem desenvolvimentos, sem demonstrações, vou apresentar, nas suas linhas gerais, o itenerário descoberto por pensadores como de Maistre, Bonald, Le Play, Fustel de Coulanges, la Tour du Pin, Comte, Le Bon, Maurras, G. Valois e tantos outros, que conduz à Monarquia Tradicional. Como convém, começarei pela bússola, isto é, pelo método. Repilo aquele de que usa e abusa a ciência política das universidades, esse método que consiste em fabricar prolixas tautologias sobre ideias metafísicas tradicionais ou sobre conceitos de um abusivo antropomorfismo, do que são característicos exemplos — a Soberania, o Estado-Pessoa... E positivamente reconheço na ciência política o carácter de ciência experimental, de que a História contém a substância empírica.
A História, pois, fornecerá as induções de que se deduzirá a construção política.

José Pequito Rebelo, Pela Dedução à Monarquia (1914 - 1944), Edições Gama, Lisboa, 1945.

DO INTEGRALISMO LUSITANO (I)

Aqueles que pretenderam combater-nos, acusando o nosso movimento de importar doutrina de França, como quem introduz na praça modas ou perfumes, esqueceram-se de se julgar a si mesmos, por terem aceitado as cláusulas de um contrato social de que o judeu Rousseau foi o notário sem testemunhas.
A Action Française e o Integralismo Lusitano eram duas reacções construtivas. As causas de ruína eram as mesmas: justo e necessário era, repito, que o remédio fosse semelhante. Mas a lógica de tais críticos nunca lhes ensinou a distinguir a semelhança da identidade. Hoje, frustrados os infantis ataques que aqui e além se ergueram, sem convicção, verdade seja, já é longo o caminho andado e afigura-se-nos larga a sementeira.

Hipólito Raposo, Dois Nacionalismos — L'Action Française e o Integralismo Lusitano, Lisboa, Livraria Ferin, 1929.

LEITORA EM VIAGEM

Compartment C, Car 193, 1938
EDWARD HOPPER (1882 — 1967)
Óleo sobre Tela, 50,8 x 45,7 cm

 

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

AINDA O NATAL E SEMPRE A FAMÍLIA

Na Quadra Natalícia fica bem à vista a importância da Família. Esta é a célula-base da sociedade, já se sabe. E é também o último reduto do Amor. E este pequeno nada é Tudo.

VIAGENS INTERIORES

O mundialismo, o multiculturalismo e o ridículo turismo de massas (já Tati avisava no seu genial filme Playtime) vieram uniformizar as grandes cidades de tal maneira — descaracterizando-as brutalmente — que cheguei hoje ao triste ponto de não ter a mínima vontade de visitar as minhas outrora queridas capitais europeias. As próximas incursões que farei serão certamente ao mundo rural. Aí, sim, ainda se respira identidade nacional. Por agora, enquanto as pátrias não se reafirmarem e reerguerem, vou passeando através de livros, pinturas, fotografias, discos e filmes. São as minhas pessoalíssimas viagens interiores.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

DA ADORAÇÃO

Adoração dos Pastores, 1669
JOSEFA DE ÓBIDOS (1630 — 1684)
Óleo sobre Tela, 150 x 184 cm
Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa

NATAL

Natal. Nasceu Jesus. O boi e a ovelha
deram-lhe o seu alento, o seu calor.
De palha o berço, mas também de Amor.
Desce luz, desce paz de cada telha.

Nem um carvão aceso nem centelha
de lume vivo. A dor era só dor,
até que a mão trigueira dum pastor
floriu em pão, em leite, em mel de abelha.

Natal. Nasceu Jesus. Dias de festa.
Até o cardo é hoje rosa, giesta,
até a cinza arde como brasa.

E nós? Que vamos nós dar a Jesus?
Vamos erguer tão alto a sua Cruz
que não lhe pese mais do que flor ou asa.

FERNANDA DE CASTRO
(1900 — 1994)

QUEM, DO NATAL?

Quem esperamos? Quem,
No silêncio, na sombra, no deserto?
O menino divino de Belém,
Ou o rei Encoberto?
Esperamos alguém:
Qualquer que tenha o coração aberto.

É demais esta ausência, este vazio!
Quem adorar, servir, como Deus e senhor?
— O que estender a ponte sobre o rio
Da miséria e pavor!
O que apascente e semeie em desafio!
O que disser: — Eu sou! E for.

ANTÓNIO MANUEL COUTO VIANA
(1923 — 2010)

domingo, 23 de dezembro de 2012

SANTO E FELIZ NATAL PARA OS LEITORES DO «ETERNAS SAUDADES DO FUTURO» E SUAS FAMÍLIAS

O Menino Jesus Salvador do Mundo, 1673
JOSEFA DE ÓBIDOS (1630 — 1684)
Óleo sobre Tela, 95 x 116,5 cm
Igreja Matriz de Cascais

LEITURAS DE NATAL

Natal... Natais — Oito Séculos de Poesia sobre o Natal, antologia organizada por Vasco Graça Moura, edição jornal Público, Lisboa, 2005.
Pequeno Presépio de Poemas de Natal, Rodrigo Emílio, edição Antília Editora, Porto, 2005.

sábado, 22 de dezembro de 2012

AS «BOAS FESTAS» QUE MAIS GOSTEI DE RECEBER

É A HORA?

Portugal viveu os últimos cem anos de monarquia quase sem monárquicos e vivemos agora há cem anos numa república sem republicanos.

FALTA AINDA CUMPRIR-SE O IMPÉRIO DO ESPÍRITO

Dia do início do Inverno. Lisboa recebeu-o com a sua mágica e modeladora luz. As colinas recortaram-se  — nítidas, lânguidas e recostadas  —, desenhadas por linhas de labirínticas ruas e pintadas por matizadas cores de exóticos jardins. Lá em baixo, o rio corria, lento e poderoso, deixando escapar reflexos de ouro do seu leito azul marinho. As mais belas mulheres do planeta caminharam, elegantes, com o rosto acariciado pelo sol morno, no seu sensual andar que é igual em leves roupas de estio ou sob as sóbrias mas sofisticadas vestes desta estação. Tudo isto coroado por um aveludado céu ciano, pontuado, aqui e ali, por figurativas e animadas nuvens de tons variados. Assim é a vida, depois de tudo e apesar de tudo, na antiga capital do primeiro e último império pluricontinental do mundo.  

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

CARTEIRA DE SENHORA


DIA 47

Sendo a última crónica antes do Natal, a carteira encarregou-se de facilitar o processo e fez com que, sem demasiado trabalho, encontrasse no seu famoso fundo sem fundo o tema lógico.

Por todo o mundo, andam a querer roubar o Menino Jesus ao Natal. Estão a transformar o Natal numa espécie de festa qualquer, uma coisa assim quase asséptica, para agradar a gregos e troianos e onde para alguns ainda entra um senhor de barbas que dá presentes.

Só que isso não é possível. Não pode ser. Natal é nascimento. E não foi o senhor de barbas que nasceu. Até S. Nicolau foi roubado. Com a sua festa a 6 de Dezembro, aparece agora a 25 uma sua réplica barata e mal-amanhada.

“Um menino nos nasceu, um filho nos foi dado”. Assim disse o profeta Isaías. É só isto. É isto o Natal.

Nasceu um menino. O Menino. Jesus. É isto o Natal.

Uma cabana, Nossa Senhora e São José, uma vaca, um burro, palhinhas, pastores, ovelhas, Reis Magos, o presépio de S. Francisco de Assis alargado. É isto o Natal.

A família à mesa simples da consoada. A missa do galo. A família reunida. É isto o Natal.

Tudo o resto é folclore.

Se querem uma festa qualquer, óptimo! Escolham outro dia. Este é o dia do Menino Jesus.

Saibamos viver um verdadeiro Natal. Um Santo Natal para todos!

Leonor Martins de Carvalho

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

QUASE...

Logo mais, à meia-noite em ponto, como é hábito, será publicada a crónica semanal de Leonor Martins de Carvalho. Sendo amanhã o dia do Solstício de Inverno e a última sexta-feira antes do Natal, a imagem e o texto afiguram-se-me imperdíveis.

SEIS ANOS DE VIDA NA BLOGOSFERA

Estou no Blogger desde 19 de Dezembro de 2006. Fez ontem seis anos. Entrei e logo me estreei no blogue colectivo do meu antigo Liceu.
No dia 21 de Janeiro de 2007 aventurei-me a solo com o Eternas Saudades do Futuro.
E no dia 31 de Janeiro de 2011 co-fundei o Jovens do Restelo.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

FÉ VERSUS FEZADAS

Quem começa por não acreditar em Algo, acaba a acreditar em tudo. Qualquer coisa lhes serve, compram toda a banha da cobra new age, é um vê-se-te-avias!

DO MUNDO

O rumo da História Mundial é definido há séculos pelo resultado duma infindável guerra invisível entre Igreja e Maçonaria. Saber isto é fundamental para perceber o mundo em que vivemos. Ver quem está a ganhar é fácil.

DA FAMÍLIA

Ao princípio era a lareira. Depois, a lareira foi substituída pela televisão, sem nenhuma vantagem cultural, como elemento agregador das famílias e das comunidades. Finalmente, a Internet, de utilização individual e individualista, veio fragmentá-las.

domingo, 16 de dezembro de 2012

SEM MEDO NEM VERGONHA DE SER CATÓLICO


Depois de no passado dia 2 de Dezembro, primeiro Domingo do Advento, termos posto o Estandarte de Natal do Menino Jesus à varanda de casa, contribuindo assim para aquecer e colorir espiritualmente Portugal, vamos agora colocar no dia 16 de Dezembro, terceiro Domingo do Advento, esta mesma Imagem como «Foto de Perfil» no Facebook, ajudando desta forma a iluminar a Internet.
Não tenhamos vergonha nem medo de sermos Católicos. Saibamos ser uma minoria serena mas activa!

sábado, 15 de dezembro de 2012

DA PERMANÊNCIA DOS VALORES

Não trocamos a Cruz por um cifrão.

PATRIOTAS DE TODO O MUNDO — UNAMO-NOS

Todos os Povos têm direito à sua Terra e devem poder organizar-se nela sob a forma de Estado-Nação. Estou a pensar nos seguintes casos: Catalunha, Córsega, Escócia, Flandres, Palestina, Tibete, etc. E é obrigação de todos os patriotas auxiliarem-se uns aos outros nas suas variadas e legítimas lutas. Portugal na sua qualidade de Estado com a mais antiga fronteira definida e mantida no Mundo constiui-se nesta matéria como referência inspiradora.

INTEGRALISMO LUSITANO

O Integralismo Lusitano (I. L.) é o sistema de princípios filosófico-políticos que se destinam a restaurar a Nação Portuguesa pela autoridade do Rei e pela intervenção nos orgãos do Estado dos legítimos representantes dos Municípios, das Províncias, e das Corporações da Inteligência e do Trabalho.
Em nome do interesse nacional, proclama a legitimidade histórica das instituições monárquicas, e Rei legítimo o Príncipe que dignamente as servir; defende, contra as ficções liberalistas, a monarquia orgânica, anti-parlamentar, e descentralizada, reivindincando assim o carácter histórico e científico da verdadeira Monarquia.
O I. L., como expressão perfeita das aspirações nacionais, é nacionalista por princípio, sindicalista (corporativista) por meio, monárquico por conclusão.
In Integralismo Lusitano — Instruções de Organização — Aprovadas pela Junta Central, Lisboa, 1921.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

CARTEIRA DE SENHORA


DIA 46

Este tema já a carteira tinha exigido outro dia, mas ficou a arrefecer por mútuo acordo. Claro que me refiro ao outro, àquele a que pomposamente também chamam acordo (não connosco, não com os portugueses!), cujo objectivo parece ser “corrigir” a ortografia (como se precisasse!) invocando porventura razões de simplificação e aproximação entre escritas lusófonas. A simplificação complicou-se e a aproximação acabou distanciando.

Ambas somos contra este dito acordo. Ferozmente contra. Entre vários nomes bem feios, que me refreio de aqui nomear, chamamos-lhe “a coisa hortográfica”.

Somos contra não porque sejamos entendidas em filologia, linguística ou ciências similares. Nem sequer somos exímias na escrita. Sofremos ambas de graves dificuldades, seja na gramática, seja na pontuação.

A nossa oposição tem razões que a filologia desconhece, ou talvez não. Dir-se-á que não colhem por demasiado simplistas e nada científicas. São mais razões de afecto, mas também de afectos vive a língua. Se não gostarmos dela, quem gostará?

Amamos os escritores portugueses e brasileiros e a forma como esculpem a língua nas suas ortografias. Diferentes. Não se vislumbra a necessidade de um casamento combinado e forçado por pais castradores. Já não se usa.

Os argumentos dos sábios contra o acordo já foram divulgados e são eloquentes. Há-os para todos os gostos e feitios, desde os jurídicos aos linguísticos. São de fina ironia na sua maior parte e ao lê-los se compreende o absurdo de tudo isto.

Por acaso, gostava de assistir aos deputados que aprovaram este mostrengo a explicarem aos seus filhos e netos a razão da ortografia de determinadas palavras. Por causa do disparatado argumento da fonética, remete-se a etimologia para o exílio, perdendo-se a lógica e facilidade de compreensão que ajudavam a evitar erros. E descartam-se consoantes mudas como se não tivessem qualquer papel (nem fonético) e fossem um apêndice que pode ser extraído sem consequências.

Quiseram espartilhar recorrendo à lei do mínimo esforço, arrancando a ferros à língua-mãe grande parte da sua herança genética que já antes havia sido danificada. Ora, o afastamento da origem até nos distancia mais de outras línguas europeias, o que deveria ser uma contradição para estes senhores que tanto gostam da Europa.

Ninguém tem dúvidas que este acordo foi uma mera decisão política, impensada, pressionada por meia dúzia de pessoas que se julgam iluminadas. Uma decisão nada científica afinal, e também demonstrativa da falta de afecto. Mais uma consequência dos complexos parolos da classe política, parentes directos dos complexos de parte da sociedade portuguesa. Essas parolices levaram a quase tudo o que de mal foi feito neste país e esta é mais uma. O complexo de inferioridade a vir ao de cima logo que se invoca “modernidade” ou termo similar como argumento, quando o motivo principal escondido atrás da cortina é, como sempre, o olho torvo de alguém posto no lucro, como diria meu avô, citando Eça.

O lucro de alguém a justificar o assassinato de uma língua. Pois claro. Condiz com os valores actuais.

Já agora, na raiz da palavra acordo está cor, coração em latim. Mas não bateu nenhum coração neste caso. Só o tinir metálico de dinheiro nos sonhos de poucos, e que, ao que parece, se vão afinal desfazer em pó.

Por incrível que pareça, se não houver um pingo de decência, de hombridade, de respeito pelas gerações passadas, presentes e futuras e de capacidade de reconhecimento do erro, vamos pagar caro.

Começou com a destruição do património, seguiu-se a desvalorização da História, o fim da soberania e acaba com o assassinato da língua. Sem património, História e soberania e com uma língua abastardada, somos o quê? Um rebanho? Seremos ainda povo, país, Nação, Pátria?

Já nos estou a ver, na clandestinidade, a passar memórias, cultura e língua aos filhos e netos.

Aos políticos podemos pedir que sejam humildes e saibam reconhecer que erraram. É bem mais digno do que continuar a ser cúmplice de um crime. Não é tarde demais. Não há factos consumados. Há vontades. E escusam assim de passar a vergonha de vos aparecer pela frente a vontade férrea do povo português que dizem representar. Sejam Homens!

Quanto a nós, acima de tudo sejamos Portugueses, orgulhosos da sua língua e das suas raízes, fazendo tudo o que está ao nosso alcance para acabar com esta “coisa”.

Tinha intenções de fazer uma declaração de amor à língua portuguesa, mas a revolta atropelou-me. Ficará para um outro dia. O dia em que acabarem com o absurdo.

Leonor Martins de Carvalho

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

PELA BOCA MORRE O PEIXE NA POLÍTICA

Quando oiço certos indivíduos, que se dizem de direita, chamarem absolutistas aos miguelistas, ditadura ao Estado Novo, guerra colonial à Guerra do Ultramar e ponte 25 de Abril à Ponte Sobre o Tejo, confirmo logo a conhecida máxima da nossa área política: «Nós não precisamos de mudar de ideias, as nossas ideias é que precisam de mudar de gente».

PELA BOCA MORRE O PEIXE NA SOCIEDADE

Quando oiço certas criaturas, tidas por civilizadas, designaram por mala uma carteira de senhora, por vermelho o encarnado e por prenda um presente, fico logo esclarecido. 

ISTO É NATAL, O RESTO É PALHAÇADA

Hoje vi dezenas de Estandartes de Natal com o Menino Jesus refulgindo sob a bela luz de Lisboa.
E — tu — já penduraste o teu?
Não tenhamos medo. Sejamos uma minoria visível!

DA VIDA SOCIAL CONTEMPORÂNEA

Aproxima-se o Natal e o Fim do Ano e há logo umas pessoas que começam a querer combinar imensas e intensas actividades sociais. Durante muito tempo considerei essas almoçaradas e jantaradas anuais supérfluas; pois, se estava sempre que queria com esses amigos, porque haveria de marcar-se encontros por obrigação? O que é um facto é que o tempo foi passsando, cada um foi para seu lado e à sua vida, e, não aparecendo agora as tais almas caridosas a quererem reunir os grupos, passar-se-iam anos sem nos vermos. Bem-hajam, portanto.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

LUTAR POR PORTUGAL NA REDE ELECTRÓNICA

O que é que se pode fazer pelo nosso país na rede electrónica? Pode e deve começar-se por escrever como deve ser e ignorar olimpicamente o aborto ortográfico que nos querem impor ditatorialmente. Porque a resistência cultural é a primeira forma de afirmação da identidade nacional dos povos.

TODA A SÉTIMA ARTE E TODA A IDENTIDADE NACIONAL NUMA SÓ FILMOGRAFIA

Manoel de Oliveira completou ontem 104 anos, já se sabe. O que muitos não sabem, ou não querem saber, é o seguinte:
Ver todos os seus filmes é uma lição completa de História e Estética do Cinema: do Mudo ao Moderno, passando pelo Sonoro; do documentário à ficção; das vanguardas ao classicismo; do realismo ao fantástico.
E, por outro lado, ou mais além, a sua obra contém um pequeno nada que para nós representa tudo: a complexidade da nossa misteriosa Identidade Nacional está toda plasmada na sua filmografia, em finas e subtis camadas sobrepostas.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

AINDA E SEMPRE O MESTRE MANOEL DE OLIVEIRA

Manoel de Oliveira completa hoje 104 anos de vida. Cá para mim — bem sei que digo coisas estranhas para os ouvidos política e culturalmente correctos —, inscrevo-o na genealogia espiritual e cultural que tem as suas profundas raízes em Luís Vaz de Camões, o seu sólido tronco no Padre António Vieira e os seus criativos ramos em Fernando Pessoa. Não me apetece agora falar sobre isto; mas, fica aqui o registo, para memória futura, porque é precisamente de Saudades do Futuro que se trata. Até lá, tentem ver todos os seus filmes — por ordem cronológica, como deve ser —, para depois passarmos à lição seguinte (que é só para iniciados) e ficarmos assim devidamente preparados para o III Milénio Lusíada que há-de vir um dia — numa manhã de nevoeiro, ou numa tarde de Sol, ou numa noite de Lua Cheia; ninguém sabe.

sábado, 8 de dezembro de 2012

URGE O REGRESSO À POLÍTICA NO MUNDO

Os agiotas, especuladores e usurários, de várias sinistras firmas internacionais, estão a transformar as nossas vidas num inferno. Fazem-nos agora, neste início de século, o mesmo que já nos tinham feito no princípio do século passado, com os tristes resultados económico-sociais conhecidos. Não será chegada a hora dos povos das pátrias serem firmes, dizerem basta!,  e verem-se livres desses indivíduos apátridas?

A RESTAURAÇÃO E NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO

8 de Dezembro é dia da Imaculada Conceição ou de Nossa Senhora da Conceição. Padroeira de Portugal a partir das Cortes de 1645-1646 do Reinado de D. João IV, 8.º Duque de Bragança, em cujas veias corria o sangue de D. Nuno Álvares Pereira / S. Nuno de Santa Maria. Este Rei devolveu aos Portugueses uma Pátria livre, na sequência da Restauração da Independência Nacional levada a cabo pelos 40 Conjurados no 1.º de Dezembro de 1640.
Este é também o verdadeiro Dia da Mãe.
E é ainda o dia em que se deve fazer o Presépio em Família.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

CARTEIRA DE SENHORA


DIA 45

Perdeu-se nela própria, a carteira. Garantiu-me ter um tema escolhido mas não o encontra. Só estranho tal não ter acontecido há mais tempo. Afinal carteira de senhora que não perca qualquer coisa não é carteira de senhora. Às vezes nem despejando todo o seu conteúdo se encontra o procurado.

Ainda bem porque assim tenho direito ao tema alternativo, que é sobre o meu objecto preferido. Mas serão os livros objectos? Parece quase ofensivo. Porventura podem comparar-se livros com garfos, mesas ou computadores? Os livros não encaixam numa qualquer definição de objecto. Fazem-nos muito mais companhia do que certas pessoas, somos fiéis a alguns até à morte, levamo-los para todos os sítios, dormimos a seu lado, sonhamos com eles.

Deviam ter uma classificação especial: família humana, género palavra, espécie literária, subespécie indispensável.

Claro que há quem, sabendo ler, afirme só ler livros “técnicos” (garanto que ouvi esta), ou os que nem os tais técnicos lêem, nem sequer manuais de instruções. Talvez condescendam nas “gordas” dos jornais…

Outros dizem ler mas afinal entendem os livros como meras peças decorativas numa pequena estante na sala ou a rodear a lareira.

Todos estes não fazem nenhuma ideia do que perdem. Não conhecem a beleza daquele mundo, o mundo da palavra escrita. Podia dizer que alguns não o merecerão mas seria injusta. Não pode ser verdade.

Os livros são como casas de outros. Entramos, passeamos na sala, nos quartos, pomo-nos à janela a ver a vista ou descobrimos o baú misterioso no sótão. Podemos sentir-nos imediatamente em casa, adoptá-la, ou nem querermos ouvir mais falar dela, fugindo a sete pés e batendo com a porta.

Gostamos do cheiro a livro novo e do cheiro de livros antigos. Gostamos de os tocar, acariciar, abrir, folhear e ler ao acaso. Gostamos de ver as marcas deixadas por antigos donos, os seus sublinhados, os comentários.

Gostamos de os organizar, ter fichas para cada um, ou simplesmente deixá-los ao acaso permitindo inesperadas descobertas.

Gostamos de os olhar lembrando a história de cada um, de como escolhemos precisamente aquele de entre todos os outros.

Gostamos de os namorar. Tem mesmo de haver namoro. Afinal vamos levá-los para a nossa intimidade.

Deixamo-los invadir o nosso espaço como não deixamos mais ninguém. Se acaba o espaço nas estantes, após o recurso às segundas filas e ocupados todos os outros buracos em cima, começam os montes, espalhados por onde a casa permitir. Pudéssemos nós ter tempo e dinheiro para todos os que sonhamos e não chegariam nem um prédio inteiro nem uma vida inteira.

Não vivemos sem livros. É impossível viver sem livros. Não quero viver sem livros. Não é viver.

Leonor Martins de Carvalho

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

DA NAÇÃO

Ao fim de novecentos anos de História aconteceu pela primeira vez a fatal convergência de três factores. Portugal está sem moeda, sem ultramar e sem soberania. Se a Pátria sobreviver a isto é porque ainda há heróis.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

DO PRAZER DE LER

Gosto de ler diários sintéticos e aforísticos. Livros que são um primor de intimismo. E plenos de profundidades em estética minimalista.

LIVRO DO DIA

Á Memoria do Presidente-Rei Sidonio Paes, de Fernando Pessoa, Editorial Império, Lisboa — 1940.

CONVERGÊNCIAS EM PROL DA PÁTRIA

Certa vez houve alguém que me disse:
 — Não sou monárquico, mas sou miguelista.
Respondi-lhe:
— E eu não sou republicano, mas sou sidonista.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

ABECEDÁRIO DO BLOGUE

A. Agendar, arquivar, aprender.
B. Baralhar, brincar, burilar.
C. Cativar, conquistar, coleccionar.
D. Dar, disparar, divagar.
E. Editar, ensinar, escrever.
F. Falar, filosofar, fotografar.
G. Gracejar, gritar, guiar.
H. Habitar, habituar, harmonizar.
I. Iluminar, indicar, inspirar.
J. Jiboiar, jingar, jogar.
L. Libertar, liderar, ligar.
M. Marchar, montar, mostrar.
N. Nascer, navegar, noticiar.
O. Opinar, organizar, ouvir.
P. Partilhar, pensar, preparar.
Q. Quantificar, querer, questionar.
R. Receber, registar, revelar.
S. Seduzir, seleccionar, sintetizar.
T. Tecer, teorizar, transmitir.
U. Uivar, ultimar, urdir.
V. Ver, viajar, viver.
X. Xadrezar, xaropar, xingar.
Z. Zarpar, zelar, zurzir.

APETITES LITERÁRIOS

Apetece-me ler livros de memórias de compatriotas meus. Infelizmente, este género literário tem sido pouco praticado pelos autores portugueses e continua a ser desprezado pelos editores, em Portugal. Assim sendo, vou reler, lentamente, para melhor me deliciar, as obras que existem e perduram, quase todas dos três séculos passados, que são, valha-nos isso, poucas mas boas.

AINDA E SEMPRE O PRIMEIRO DE DEZEMBRO

Não esqueceremos nem perdoaremos a traição à Pátria feita por este governo.
Não baixaremos os braços nem daremos descanso às pernas.
A luta continuará até à restauração do Feriado Nacional do 1.º de Dezembro.
E só parará quando resgatarmos Portugal das patas dos estrangeiros que agora põe e dispõe da nossa Nação.
2013 será o ano em que os Patriotas passarão do pensamento à acção.
Preparem-se.
Não perdem pela demora. 

sábado, 1 de dezembro de 2012

PORTUGAL SEMPRE

Quem acompanha o Eternas Saudades do Futuro sabe que aqui se evoca sempre o 1.º de Dezembro de 1640. Dia da Restauração da Independência Nacional. Já lá vão seis anos de consecutivas celebrações. Hoje a hora é decisiva: Portugal está sob intervenção estrangeira e a histórica data foi apagada de Feriado Nacional. Para combater esta dupla tragédia urge fazer frente e lutar pela restauração da Soberania Nacional e do simbólico feriado.
Nota: Quis o destino que o contador oficial do blogue registasse neste dia a marca de duzentas mil visitas. Possa isso ser um sinal.