quinta-feira, 26 de julho de 2012

LISBOA, CRÓNICA POÉTICA (4)

E
às cinco horas da manhã
após um intenso dia de invulgar tarefa
seguido de uma noite de trabalho banal
mas radical
culminando num serão repleto de emoções fortes
e inesquecíveis
desprendia-se
ainda
do cabelo e da pele
da jovial rapariga de vinte anos
o aroma fresco
de quem tivesse acabado de sair
do seu banho de emersão matinal
em velha banheira de esmalte
ao ar livre
e
com vista sobre Lisboa
antiga.