sábado, 5 de fevereiro de 2011

CATARINA SAYS...



Injustamente, o homem justo tem de se ajustar à falta de justiça.


"Calam-se as vozes da razão, ressoam mais alto as do lucro, com a astúcia dos seus disfarces:
os homens abandonam a linguagem articulada,
para se reduzirem a ventríloquos na grande
feira das vaidades e dos interesses,
em que não é possível descobrir apóstolos de fé e exemplo, mas vendedores de palavras."


Hipólito Raposo, 1940


assim escrevia o meu avô...escreveria hoje igual caso pudesse.


A questão é quase sempre a mesma. O pior o mais caro de todos os vícios, a vaidade.
A vaidade é vaidosa, por isso é tão difícil sair dela.
Vaidade fútil do ter: achar-se quem se acha dono do mundo, dos outros, das coisas, das verdades.
Vaidade cega, surda e muda.
Vaidade viciante, de quem nada tinha, e julga tudo ter, por causa do poder.
Como se fazem os acertos na contabilidade analítica interna de todos nós?
Fazem-se a acertar em nós, aquilo que não gostamos de ver nos outros.
Depois, vem alento, porque nos é dado sempre saber, que de uma ou outra forma,
num qualquer dia desigual,
o mais importante no fundo, está no Alto.
Esta é a maior verdade: totalmente isenta de vaidade. Daí ser verdade.

Catarina Hipólito Raposo