domingo, 19 de setembro de 2010

LISBOA, CRÓNICA POÉTICA (8)

Findo o filme mudo
projectado ao ar livre
na quente noite de Verão
partiu sem destino programado
penetrando nas estreitas ruelas
da antiga zona boémia
embalado pela música
vinda do interior dos bares
que o levava a rever
mentalmente
de forma fragmentada
a fita visionada
até
subitamente
ter
finalmente
ordenado as imagens na sua cabeça
à sua maneira
e lhes ter dado um sentido
que elas não tinham
nem nunca tinham tido.