segunda-feira, 14 de abril de 2008

VER PARA CRER

Por estes tempos presentes, por circunstâncias variadas, relacionadas com a vida dos próprios, tenho vários velhos amigos lisboetas espalhados pelos quatro cantos do mundo: Brasil, Estados Unidos da América, Alentejo, Açores, Angola, Espanha, França, Inglaterra, Alemanha, Timor, etc e tal. Coisa curiosa é serem os que estão mais longe precisamente os que menos usem a internet para comunicarem com aqueles que ficaram em Lisboa. Estranhíssimo até é constatar que a maioria das mensagens electrónicas que recebo vem de gente que mora a pouco mais de dois ou três quarteirões de mim. No entanto, cheguei a uma explicação simples para isso: a actividade de comunicar à distância precisa de ser selada — pelo menos de tempos a tempos — com beijos e abraços reais, e conversas olhos-nos-olhos, a fim de realmente matarmos saudades uns dos outros, e verificarmos se (ainda) estamos na «mesma onda»; não podendo passar a esta fase de «confirmação», a curto prazo, acabamos por só falar com aqueles que podemos ver.