sexta-feira, 30 de novembro de 2007

DA ONTOLOGIA DO BLOGUE

Quem vem aqui à procura de um blogue sobre Cinema — tipo manual e tudo —, bem pode tirar o cavalinho da chuva; e, deve mas é ir a correr inscrever-se nas minhas aulas. Nesta casa, só falo do que me apetece, e quando me apetece. E é um pau. Siga a marcha, que se faz tarde, e o tempo está a arrefecer!

ESTADO DE ALMA PARA HOJE (1)

Saudade.

PAISAGEM PARA HOJE (5)

Alentejo.

VIDA DE FANTASIA (PARA A MÓNICA)

Trailer promocional de lançamento de The Thief of Bagdad (Reino Unido, 1940), de Michael Powell.

VIDA DE MORCEGO (PARA A JOÃO)

«The Passion of Lovers», Bauhaus.

CICATRIZES INTERIORES

Cá as vou coleccionando. Com toda a certeza, porém, de não se voltar a abrir nova ferida no exacto lugar de cada uma delas. Grande vantagem esta.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

VIAGEM (TRIP) PARA HOJE (1)

«Hotel California», The Eagles.

Este vídeo ficaria ali a matar, mas, cá por coisas, aqui também vem mesmo a calhar.

RÁDIO PARA HOJE (2)

UM PENSAMENTO À MANEIRA...

... Para a geração da velha guarda e com espírito da velha escola...! É só tocar aqui (inacessível a meninos betinhos pós-modernos).

LIVRO PARA HOJE (16)

Clepsidra, Camilo Pessanha, introdução por Isabel Pascoal, edição Editora Ulisseia, colecção Biblioteca Ulisseia de Autores Portugueses, n.º 25, Lisboa, 1987.
Foi esta a edição que saiu nos meus 21 anos, e que comprei e devorei na altura. Assim, ficou esta obra gravada na minha alma, até hoje.

FILME PARA HOJE (3)

Duel in the Sun, King Vidor.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

MULHERES DESTAS JÁ NÃO SE FAZEM — HÉLAS! (2)

Cyd Charisse e Gene Kelly dançam numa cena de Singin' in the Rain (E. U. A., 1952), de Stanley Donen e Gene Kelly.

MULHERES DESTAS JÁ NÃO SE FAZEM — HÉLAS! (1)

Cyd Charisse e Fred Astaire dançam numa cena de The Band Wagon (E. U. A., 1953), de Vincent Minnelli.

MEMÓRIA COLECTIVA I

O meu grande amigo LAS — companheiro de mil filipanços — inaugurou uma rubrica histórica no nosso blogue colectivo. Ora ide lá espreitar. Por ali se ficará a saber que pelo Filipa passou toda uma elite cultural, desde os bons velhos tempos de Liceu Nacional feminino no Estado Novo. Cá a rapaziada tentou estar à altura dos pergaminhos, como se vai vendo...

PARA CANTAR AGORA SOB O CÉU AZUL

Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do
cowboy
Era você
Além das outras três
(...)

João e Maria, Chico Buarque.
[Excerto inicial da Letra.]

DESCODIFICAÇÃO SEXUAL (2)

Ouve-se: «— O sedutor foi seduzido.» Entenda-se: O gajo está fodido.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

VAMOS AO QUE INTERESSA

Com a gripe posso eu bem. Quero é que o meu firme amigo e visitante assíduo deste estaminé tenha uma rápida recuperação do seu acidente doméstico. Segue daqui um forte abraço para o Tomaz Hipólito.

É SÓ HOJE

Depois de um «hoje» anual e de um «hoje» semanal, chego a um «hoje» que espero que seja mesmo só hoje. Estou com uma gripe do caraças. E existem sempre umas almas caridosas que escolhem estes dias — raros, graças a Deus — para me azucrinar a cabeça. Metam-se com o leão ferido e depois queixem-se de levar uma patada na tromba.

ERA HOJE...

... o dia de ir ali mandar uma posta; mas, não me apetece.

É HOJE!

O meu amigo Duarte Barrilaro Ruas completa hoje 40 anos. Telefonei-lhe agora mesmo, felicitando-o, e disse-lhe que a vida de um homem começa aos 40. Ele respondeu-me que temos de começar a pensar no que vamos fazer até aos 80. É caso para dizer: mesmo distantes, continuamos sintonizados na mesma onda. Privilégios das velhas amizades.

DESCODIFICAÇÃO SEXUAL (1)

Ouve-se: «— Ela é muito alegre.» Entenda-se: A gaja adora foder.

HORIZONTE




As árvores no parque


A relva
Cada vez mais verde


A tua voz
Ontem



ALBERTO DE LACERDA
(1928 — 2007)

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

TEMPO LIVRE

Numa tarde de domingo, em Central Park, ou
numa tarde de domingo, em Hyde Park, ou
numa tarde de domingo, no jardim do Luxemburgo, ou
num parque qualquer de uma tarde de domingo
que até pode ser o parque Eduardo VII,
deitas-te na relva com o corpo enrolado
como se fosses uma colher metida no guarda-
napo. A tarde limpa os beiços com esse
guardanapo de flores, que é o teu vestido
de domingo, e deixa-te nua sob o sol frio
do inverno de uma cidade que pode ser
Nova Iorque, Londres, Paris, ou outra qualquer,
como Lisboa. As árvores olham para outro sítio,
com os pássaros distraídos com o sol
que está naquela tarde por engano. E tu,
como os dedos presos na relva húmida, vês
o teu vestido voar, como um guardanapo,
por entre as nuvens brancas de uma tarde
de inverno.

Nuno Júdice

domingo, 25 de novembro de 2007

DOMINGO EM LISBOA SEM TI

Inversa navegação
Tédio já sem Tejo
Cinzento hostil dos quartos
Ruas desoladas
Verso a verso
Lisboa anti-pátria da vida

SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN
(1919 — 2004)

DO FUNCIONALISMO PÚBLICO

Não percebo se é por serem muito católicos, ou se se deve a direitos laborais adquiridos, mas, pelo menos cá na casa, o Site Meter e o You Tube não trabalham hoje (Domingo). Já não há pessoal como dantes.

FASHION VICTIMS

As raparigas novas aderiram em força à moda dos generosos decotes. Pergunto-me: — Quantos resfriados, constipações e gripes não se alojarão nesses corpinhos à custa de tão simpática tendência? Preparem as mezinhas, putos, para quando elas caírem à cama doentes! A vida não é só gozar, e todo o «crime» tem «castigo». Have fun!

ESPÍRITO «OLD SCHOOL» (DO ROCK)

«Where Is My Mind?», Pixies.

Tema do álbum Surfer Rosa (1988), dos Pixies, que faz parte da banda sonora do filme Fight Club (1999), de David Fincher, realizado a partir do livro, com o mesmo título, de Chuck Palahniuk.
Para ouvir, ver e ler. Tudo ou nada!

DO PENSAMENTO PORTUGUÊS

Não sei quem sejam aquelas senhoras, e até já supus, em momentos mais delirantes da minha imaginação, que fosse um amigo meu a construir essas duas personagens; mas, certo, certinho, é que está ali um blogue de superior qualidade. Quando por lá passo, penso duas vezes antes de voltar a alinhavar aqui umas frases. E não se trata apenas de saber escrever bem — é um caso exemplar de pensamento desalinhado com os cânones da mediocridade vigente. Aprender a escrever é uma trabalheira, mas faz-se; pensar pela sua própria cabeça, já não é para todos. Regabofe, de seu nome.

RITUAIS QUE SÃO SINAIS

Ontem usei, pela primeira vez neste Outono, cachecol. Inaugurei, assim, a saison.

sábado, 24 de novembro de 2007

SANTA DO DIA

Santa Flor ou Santa Flora (+ 851). Mártir.
Padroeira das flores em geral e dos jardineiros.
Fica aqui a lembrança, com um beijo especial para a Rosa — Autora do belíssimo Blog de Cheiros.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

ESPÍRITO «OLD SCHOOL» (DO FADO)

«Os Búzios», Ana Moura.

ESPÍRITO «OLD SCHOOL» (DO JAZZ)

«Fly Me To The Moon», Diana Krall.

ESPÍRITO «OLD SCHOOL» (DO PUNK)

«Holiday In Cambodia», Dead Kennedys.

AFORISMOS DE FERRO (III)

Não escrevo por vaidade nem pelo orgulho inútil de criar. Criar é dar pretextos à morte. Tudo quanto se cria vem a rolar no abismo. Escrevo para me distinguir da turba. Não me importa ser como muitos, o que não quero é ser como todos...
ANTÓNIO FERRO
(1895 — 1956)

AFORISMOS DE FERRO (II)

Há mulheres que são muito recatadas a vestir-se, para prepararem melhor a apoteose dos seus corpos nús...
ANTÓNIO FERRO
(1895 — 1956)

AFORISMOS DE FERRO (I)

É impossível fixar a alma duma mulher. A mulher, em cada gesto, cria uma nova alma.
ANTÓNIO FERRO
(1895 — 1956)

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

DUPLAS PERFEITAS NA TELA (2)

Mathieu Kassovitz e Audrey Tatou
em Le Fabuleux Destin d'Amélie Poulain (França, 2001)
de Jean-Pierre Jeunet.

BEM-HAJA!

Neste mundo-cão, em que já ninguém agradece nada a niguém — e com tão belas fórmulas que há à nossa disposição para o fazer —, é com verdadeira emoção que recebo este post da Isabel.

NAS NUVENS

Almocei sozinho — mais vale só do que mal acompanhado — ao som das gravações de Chet Baker em Paris.

DISCO PARA HOJE (14)

Quelqu'un m'a dit, Carla Bruni.

FILME PARA HOJE (2)

Les Amants du Pont Neuf, Leos Carax.

RÁDIO PARA HOJE (1)

LIVRO PARA HOJE (15)

Crónica do Rei Pasmado, Gonzalo Torrente Ballester, tradução de António Gonçalves, edição Caminho, colecção Uma Terra Sem Amos, n.º 57, Lisboa, 1999 (9.ª edição).
Há dias assim. De descoberta tardia. Dentro do livro, fora do livro, e à volta do livro. Para ler num dia de chuva no remanso do lar.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

DUPLAS PERFEITAS NA TELA (1)

Meryl Streep e Clint Eastwood
em The Bridges of Madison County (E. U. A., 1995)
de Clint Eastwood.

ATLÂNTICO

Diz-me o contador deste estaminé que 19% das visitas vêm da América: os Estados Unidos e o Brasil fazem quase o pleno, equitativamente, e a Argentina acrescenta uma migalha; perante tal estatística, sinto-me um novo navegante, ou mareante, um descobridor, quase um colonizador... — Safa!

SINCRONISMO ESTÉTICO ÁUDIO-VISUAL

Estive há poucos dias para publicar aqui este video-clip. Não restam dúvidas de que a Valeriana e eu somos da mesma linha (sempre gostei de usar esta palavra neste sentido, mas é a primeira vez que o faço no blogue).

CASAIS NA ARTE E NA VIDA (2)

Lauren Bacall e Humphrey Bogart,
em To Have and Have Not (E. U. A., 1944), de Howard Hawks.

DAR E RECEBER

Este blogue completa hoje dez meses de actividade ininterrupta, porque eu quando meto uma na cabeça levo-a — por aí fora — até ao fim. Para a minha solitária comemoração da data, vou tomar como presente um e-mail que recebi, de uma Amiga muito cá das Saudades, comentando uma frase deste vosso aprendiz de escriba. Ora aqui vai, em registo de sequência dialogada:
«— As mulheres não se vestem para agradar aos homens, mas, sim, para impressionar as outras mulheres.» — Afirmei eu, num postal ali em baixo.
«— As mulheres vestem-se para impressionar as outras mulheres, e despem-se para impressionar os homens.» — Rematou a atenta leitora.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

CASAIS NA ARTE E NA VIDA (1)

Monica Bellucci e Vincent Cassel
em Irréversible (França, 2002) de Gaspar Noé.

ISTO HOJE ESTÁ BONITO...

... Certa amiga arquitecta, sempre a par do que mas in se faz, e atenta vigilante do «artisticamente correcto», telefonou-me, agorinha mesmo, a dizer que a fotografia da Monica Bellucci, que aqui publiquei, peca por os degraus e os lambris serem maus e a cadeira ser má...! Perante tanta erudição, não me contive, e, respondi-lhe, simplesmente, que e Monica Bellucci estava boa. Desligou-me o telefone na cara.

NO PAÍS DOS DESLUMBRAMENTOS (OUTRORA DOS DESCOBRIMENTOS)

Pára tudo, pois parece que anda para aí um índio socialista que descobriu petróleo na sua selva privada. O socialismo colectivista é muito bonito, nessas paragens, mas é só para o povinho. O grande líder tem as suas necessidades de novo-rico pequeno-burguês. Há que comerciar, portanto, com o Oliveira da Figueira.

DO PODER DAS PALAVRAS

Almoçando eu, calmamente, no clube, encontrei conhecido de outros tempos. Todo contente, anunciou-me que estava divorciado; e que, como tal, no Bilhete de Identidade era «div.» — significando isso, no seu entender, «divertido». Fino sentido de humor, portanto. Palavra puxa palavra e, de seguida, falou-me da maneira como as portuguesas se vestem. Não sei por que carga de água — bem vi que caiu muita esta noite —, resolvi dizer-lhe que as mulheres não se vestem para agradar aos homens, mas, sim, para impressionar as outras mulheres. O rapaz ficou perturbado, não abriu mais a boca, e saiu desvairado. Oxalá não lhe dê um chelique!

MONICA EM LISBOA É COISA BOA

Monica Bellucci.
Depois de me ter lembrado do marido, com direito a publicação de fotograma de filme e tudo, não quero que a sua mulher — e minha senhora — fique de fora desta minha modesta casa. Lamentável é que o filme publicitário que veio recentemente rodar a Lisboa só possa ser visto na televisão italiana. Além de tudo o mais, a mercadoria é lingerie, e, as imagens estão de cortar a respiração — não tivessem sido filmadas em lindíssimo hotel, e, ainda, nos mais belos exteriores desta magnífica e romântica capital europeia. Dizem que a modelo também ajudou...

LIKE A «PEEPING TOM»

Em noite de insónia, recupero um velho prazer de voyeur: contemplar, no quentinho de casa, através das vidraças, uma tempestade de vento e chuva que, lá fora, desaba sobre Lisboa.

COISAS QUE MOSTRO AOS MEUS ALUNOS E QUE ELES NUNCA MAIS ESQUECEM

Vincent Cassel em La Haine (França, 1995) de Mathieu Kassovitz.

ANIMAL DE HÁBITOS

Hoje é terça. Fui ao Filipa. Mandei uma posta.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

DIA DE CHUVA FRIA E ESCURA

(...)

Bem sei: a penumbra da chuva é elegante.
Bem sei: o sol oprime, por ser tão ordinário, um elegante.
Bem sei: ser susceptível às mudanças da luz não é elegante.
Mas quem disse ao sol ou aos outros que eu quero ser elegante?
Dêem-me o céu azul e o sol visível.
Névoa, chuvas, escuros — isso tenho eu em mim.
Hoje quero só sosssego.
(...)

ÁLVARO DE CAMPOS
[Fernando Pessoa (1888 — 1935)]

DOS LUGARES MÁGICOS

Às utopias prefiro as topias, precisamente por causa dos lugares mágicos.

DA ESTÉTICA BLOGOSFÉRICA

Neste post, casando poesia e fotografia, a Isabel oferece-nos um momento de puro deleite artístico. Daqui lhe envio um obrigado, selado com um beijo transatlântico.

domingo, 18 de novembro de 2007

SABER PENSAR E ESCREVER NA BLOGOSFERA

É por posts como este que o Filipe Nunes Vicente, do Mar Salgado, é um dos meus bloguistas preferidos (e, não, não o conheço, que o meu critério de selecção não é o de referir os amigalhaços nem o de passar a mão pelo pêlo dos conhecidos).

DA VERDADE

Há 3 ordens de símbolos, porque, em relação ao mundo, a Verdade pode assumir 3 formas — Verdade (realidade), Bem, Beleza. Por isso, o sábio, o santo e o poeta são só 3 emissários da Verdade, perante a humanidade inteira. Isto é assim, porque a alma humana tem 3 faculdades, e a Verdade revela-se a cada uma das 3.
FERNANDO PESSOA
(1888 — 1935)

ESTABELECER LIGAÇÕES — LANÇAR PONTES

Jardins, de Yvette Centeno. Um belíssimo texto. Indico-o e dedico-o à confrade blogosférica Ver.

PARA SNOB, SENHOR DE PALMO-E-MEIO

— O menino é filho de quem?
— Do Pai e da Mãe.

VELHA GUARDA






















Control, de Anton Corbijn.
Site oficial do Filme — aqui.
Já estreou em Portugal.

sábado, 17 de novembro de 2007

MÚSICA PARA HOJE (6)

Tristan und Isolde, Richard Wagner.

DESCOBRIMENTO DO DIA

Após longa ronda blogosférica — nunca tinha feito nada assim antes —, descobri um blogue que me agradou logo à primeira vista: Estranho Amor, assinado por um homónimo meu. Parece que ele anda nisto há já quatro anos!... Por aqui se vê como eu estou fora cá dentro...!

LIVRO PARA HOJE (14)

History of England, Lord Macaulay, 1.º volume (de 4), introdução de A. G. Dickens, edição Heron Books, Londres, 1967. (1.ª edição, em 5 volumes: 1848 — 1861.)
Para compreender melhor os bárbaros beefs e o seu posterior afidalgamento com direito à administração do maior império colonial do mundo à nossa custa e tudo. Quem não os conhecer que os compre. Sigam com os cães que eu já lá vou ter.

DITADURA FEMININA

Quando ligo para o telemóvel de um amigo meu e me atende a mulher dele, fico a saber que ele se tornou num «pau-mandado». Daí a estar morto para a vida, vai um só passo. Mais vale dar logo um tiro na cabeça.

MITOS FEMINISTAS

Quando quero sentir energia vitalista criativa falo com uma amiga artista-plástica de quarenta e quatro anos e mãe de quatro filhos. Depois venham cá as feministas da treta dizer que o casamento e os filhos prejudicam a carreira. Puta que as pariu.

UM PAÍS DE OPERETA

Amiga especialista na matéria, porque comerciante do ramo, disse-me ontem que as mulheres portuguesas só se começam a preocupar com a lingerie a partir dos quarenta anos. Até lá, usam cuecas de algodão, tipo adolescentes. De repente, passam para peças de rebuscado significado erótico — pelo menos, nas cabeças delas. O «oito e o oitenta» continua a ser a alma da estrutura narrativa do feminino — mas nada fino — melodrama nacional.

O AUTOR PASSA E A OBRA PERMANECE

Tenho o bizarro hábito, para estes mediáticos tempos modernaços, de não me deixar atrair pela possibilidade de vir a conhecer os meus heróis, que é como quem diz: os meus autores preferidos. Esta atitude tem como fundamento a minha convicção de serem os criadores pessoas decepcionantes quando conhecidas ao vivo e a cores. Vem tudo isto a propósito de estar eu aqui e agora agarrado a esta maquineta em vez de estar no Estoril a ouvir o David Lynch. Antes assim, sem dúvida.

NOS MEUS NOVOS VELHOS TEMPOS É ASSIM

«Love Will Tear Us Apart», Nouvelle Vague.

NOS MEUS VELHOS NOVOS TEMPOS ERA ASSIM

«Love Will Tears Us Apart», Joy Division.

DE 3 EM PIPA!

Dias 14, 15 e 16 de Novembro: Parabéns à S., à J. e à R.!

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

LE CIEL DANS UNE CHAMBRE

Quand tu est près de moi,
Cette chambre na plus de parois,
Mais des arbres oui, des arbres infinis,
Et quand tu est tellement près de moi,
C'est comme si ce planfond-là,
Il n'existait plus, je vois le ciel penché sur nous...
Qui restons ainsi,
Abandonnés tout comme si,
Il n'y avait plus rien, non plus rien d'autre au monde et
J'entends l'harmonica... mais on dirait un orgue,
Qui chante pour toi et pour moi,
Là-haut dans le ciel infini,
Et pour toi et pour moi.

Letra italiana e música originais: Gino Paoli.
Letra francesa: Carla Bruni.

O QUE É NACIONAL É BOM (3)

«Silêncio», Madredeus.

O QUE É NACIONAL É BOM (2)

«Ao Longe O Mar», Madredeus.

O QUE É NACIONAL É BOM (1)

«Haja O Que Houver», Madredeus.

O QUE É BOM ERA NACIONAL (1)

Café de Timor.

O QUE É BOM NEM SEMPRE É NACIONAL (1)

Cigarrilhas de Cuba.

O QUE É BOM É NACIONAL (2)

Alheira de Trás-os-Montes.

O QUE É BOM É NACIONAL (1)

Vinho tinto do Douro.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

APRENDER ATÉ MORRER

«23», Blonde Redhead.

Sou lobo velho, ou vampiro, dependendo da hora do dia e do estado de espírito, mas ainda aprendo música. Para mais, sempre preferi os lados B dos singles (fazem ideia do que estou a falar?) e as primeiras partes dos concertos. E, finalmente, sou grande admirador das bandas em formato de power trio, na linha da old school do Jazz e do Rock. Depois explico.

OS «INTELECTUAIS»

Dedicam-se às ideias, mas esquecem-se das pessoas. Consta que o Inferno está cheio deles.

TODA A VIDA É COMPOSTA DE MUDANÇA

Apetece-me mudar de biblioteca, apetece-me mudar de guarda-roupa, apetece-me mudar de vistas, apetece-me mudar de vida.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

OS MEUS AUTORES

Aos contadores de histórias prefiro os criadores de estados de espírito.

BOM DIA (18)

«L'Excessive», Carla Bruni.

L'excessive c'est moi, e estou bem assim, muito obrigado. Maldita intensidade, que me há-de rebentar de falta de ar na acelerada e incessante busca pelo prazer de viver. À bout de soufle, é o que é, e é bom. E a Carla sabe-o bem, pois sabe-a toda.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

CUMPLICIDADES CULTURAIS

AFINIDADES REVELADAS

Com tantas coisas em comum — o bom-gosto cheira-se à distância de um toque —, só podia ser cá das minhas, mesmo andando disfarçada...! Um beijo de obrigado, por tudo, à Valeriana Impaciente.

MUDAM-SE OS TEMPOS...

Vejo toda a gente com calças de ganga rasgadas. Noutros tempos, quando nós as usávamos, era por uma atitude de choque que as vestíamos; e, assim, parávamos meia Avenida de Roma de espanto. Hoje é apenas mais um ditame da moda que a sociedade de consumo impõe aos jovens.

BOM DIA (17)

«Romeo Is Bleeding», Tom Waits.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

VIAGEM INTERIOR

À Isabel, que me recordou Proust.
Ver o velho mundo com um novo olhar é mais importante e determinante do que ver o novo mundo com um velho olhar.

É SEMPRE BOM DE OUVIR

Sei que serei capaz de defender as minhas ideias e a minha gente até à morte, se for caso disso, não sendo eu, no entanto, um cavaleiro-andante. Por isso, não ligo muito quando me dizem que revelo coragem por escrever o que escrevo, no que toca a análise social, aqui no blogue. Contudo, por qualquer estranha convergência de acasos, quatro pessoas, muito distantes entre si, repetiram-me isto recentemente; e, agora, finalmente — vá-se lá saber porquê —, fiquei orgulhoso e com a sensação do dever cumprido.

RACCORD (COM O POSTAL ANTERIOR)

«Trouble», Coldplay.

Clip com imagens do filme Lost in Translation (EUA/Japão, 2003), de Sofia Coppola.

INACESSÍVEL A MATERIALISTAS

Sequência de One from the Heart (E. U. A., 1982), de Francis Ford Coppola, com música de Tom Waits. Filme impróprio para consumo de quem não seja um ultra-romântico assolapado.

domingo, 11 de novembro de 2007

QUERIDA QUE É QUERIDA DELIRA COM ESTA MÚSICA

«Sweet Jane», The Velvet Underground.

Uma das maiores canções rock de sempre, escrita por Lou Reed para os Velvet, e interpretada aqui ao vivo, numa histórica reunião da banda, quase trinta anos após a sua formação. São eles mesmo, agora respeitáveis senhores: Lou Reed, John Cale, Sterling Morrison e Maureen Tucker (mãe de numerosa família e dona de casa). Arriscando-me a repetir clichés, não resisto a afirmar que o que é bom apura com a idade — do vinho do Porto aos livros, é a mais pura das verdades. Nas pessoas também quero crer que sim. Bendita maturidade!

... CONQUISTEMOS A DISTÂNCIA...

Há duas grandes Senhoras portuguesas que escrevem longe da Pátria e iluminam os meus dias com os seus eruditos e tocantes blogues. São estes: A Room of One's Own, da Isabel; A Ilha dos Amores, da Terpsichore E.M.

LEITURA DOMINICAL

OS MORTOS

Séculos tombam uns sobre os outros, como blocos,
E nós dormindo sempre, eternos dorminhocos!


ANTÓNIO NOBRE
(1867 — 1900)

OS CIPRESTES

Para apontar os Céus, como dedos funéreos,
Plantaram-nos no pó dos mudos Cemitérios...


ANTÓNIO NOBRE
(1867 — 1900)

sábado, 10 de novembro de 2007

SEMPRE O SOL

«California Sun», Ramones.

Dedico este vídeo a todos os meus actuais alunos punks — especialmente aos que são músicos —, e que nasceram muito depois dos anos de ouro do movimento Punk, para que bebam nas fontes.

A VERDADEIRA CRISE DOS QUARENTA (2)

Trocar uma mulher de quarenta por duas de vinte.

A VERDADEIRA CRISE DOS QUARENTA (1)

Andar com a mãe de quarenta para chegar à filha de vinte.

VAMOS AO QUE VERDADEIRAMENTE INTERESSA

E Deus Criou A Mulher. E o resto é conversa.

PARA ONDE VAI O ENSINO?

Escolas vs. Padarias, por João Miranda.

ASSIM VAI LISBOA

Há lodo no cais, por Inez Dentinho.

DA SOLIDÃO

«I Dance Alone», Swayzak.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

COISAS POUCO CANÓNICAS QUE ESTE MEDIUM PERMITE

Não é muito bonito, e até pode significar alguma hesitação do artista, mas dei ligeiras pinceladas, à laia de retoque, em todos os postais de hoje, para ficarem mais saborosos. Sempre a pensar nos meus queridos leitores, pois está claro.
A propósito: Aproveito a ocasião para agradecer aqui publicamente — fazê-lo um-a-um, por mail, seria impossível...— os 83 (!?) mails que recebi ontem e hoje.

RECEITA PESSOAL PARA A REDENÇÃO — II

Ler todas as manhãs um blog que eu cá sei, mas não digo. E à noite repetir a dose.

RECEITA PESSOAL PARA A REDENÇÃO — I

Ler a obra poética integral dos seguintes autores líricos da «Renascença Portuguesa»: Américo Durão, Anrique Paço d'Arcos, Augusto Casimiro, Jaime Cortesão e Mário Beirão.

CONVERSA DE CAVALHEIROS

O blogue da rapaziada Filipada está a bombar! A coisa é de tal forma que, perante tal aceleração, já nem consigo dar assistência às caixas-de-comentários daquela colectiva casa. Assim, ontem, em boa hora, e durante rija tertúlia de um grupo de ilustres representantes do Portugal antigo, mas que andam muito à frente do Portugal moderno, o José Carmona avisou-me que lá tinha ido deixar um comentário — simpatiquíssimo e certeiro, aliás —, ao qual tentei agora deixar resposta à altura. Já que lá vão, aproveitem para ouvir a deliciosa música, e, viajar no tempo, com o tom saudosista, mas vanguardista, do clip.

BOM DIA (16)

«Voltar», Rodrigo Leão.

À R.

— Vai esta, porque não tenho autorização tua para ser a outra...

TIRO E QUEDA!

À Joana
— Não te sei explicar como é que acertei na mouche, mas sei que cheiro as superiores mulheres de Maio à distância de um olhar...

CARÍSSIMO TOMAZ HIPÓLITO:

— ...That's it! Este site é tão à frente que já não vislumbro lá o registo do nome do grande DJ desta madrugada...!

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

DE CORAÇÃO PARTIDO

PORQUE MAGOAMOS NÓS AS PESSOAS DE QUE MAIS GOSTAMOS?
Perdi definitivamente uma especialíssima, única e irrepetível Amiga devido a postais que escrevi neste blogue. Uma sólida Amizade edificada ao longo de três anos foi borda fora por causa de mal amanhadas palavras minhas. Escrevo isto com a alma de luto e o coração em sangue. Fica este pensamento.

DO FUTURO E DA FUTUROLOGIA

Às tantas, em Janeiro, encho aqui a coluna das «Ligações» com uma dúzia ou duas de blogues que costumo ler, porque me fazem falta. E, ainda faço mais: coloco aqui caixas-de-comentários e começo a comentar nas dos outros — vai ser um fartote! Para compôr o ramalhete, peço a uma amiga que eu cá sei para me fazer um design todo catita para o blogue, com banner e tudo! Está-me cá a parecer que será uma boa maneira de comemorar um ano de vida, digo eu.

ADÁGIO ACTUALIZADO

Sol em Novembro, Natal em Dezembro.

DIA PERFEITO

«Perfect Day», Lou Reed e Luciano Pavarotti.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

BOM DIA (15)

«I'll Be Your Mirror», The Velvet Underground.

Mais uma belíssima música, e outra musa inspiradora — também muito minha. Aqui, Lou Reed compõe a canção inspirado por Nico, que a canta.

DAR DESPACHO

Estive até agora a responder a uma série de simpáticas mensagens (os mails, cá para mim, passaram a «mensagens») que recebi na minha — e vossa — caixa-do-correio cá da casa. «Dei despacho», mas não foi a despachar, pois foi até um grande prazer, e — em certos casos, há que dizê-lo — uma honra. Voltem sempre, porque, como na cerveja, só custa a primeira vez; depois de tomado o gosto, é para toda a vida. De que é que eu estava a falar?... Adiante...!

AGENDA PESSOAL

Às terças-feiras, passo a deixar uma posta no Filipa. É hoje, é hoje!

AMIZADES COM FUTURO

No dia em que fui alvo dos mais soezes ataques e das mais traiçoeiras facadas, encontrei compreensão e consolo em dois amigos que fiz este ano (na verdade, um Amigo e uma Amiga). Sabendo eu bem que não é fácil aturar-me, tiro-lhes o chapéu e guardo-os no coração.

AO LOURENÇO

Não pude estar aí; mas, lanço-te daqui aquele apertado abraço com 25 anos — garantia de leal e eterna amizade.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

BOM DIA (14)

«After Hours», The Velvet Underground.

Clip com Edie Sedgwick — minha musa de sempre —, que inspirou Lou Reed na escrita desta deliciosa canção interpretada por Maureen Tucker.

domingo, 4 de novembro de 2007

DO SONO AO SONHO

«Sunday Morning», The Velvet Underground.

Som ideal e idílico para a sesta de Domingo à tarde, após uma noite mal dormida. Para ouvir, em loop, até adormecer. Bons sonos, e bons sonhos — com imagens e cores à medida dos gostos e desejos de cada um.

sábado, 3 de novembro de 2007

CRIME E CASTIGO

Desde que me embrenhei neste labirinto da rede electrónica — ali, acoli, e aqui —, ando com as costas todas partidas, muito por causa desta maquineta que me tem cativo. Vamos a ver se o Menino Jesus me dá uma traquitana portátil, pois esta posição derreia-me completamente. Isto de tecer uma teia — qual fio de Ariadne — é fascinante, mas falta-me a invejável forma física do homem-aranha.

ELOGIO DO AMOR LOUCO

Les Amants du Pont-Neuf (França, 1991), de Leos Carax.

[Trailer.]

Pronto, eu confesso: este é um dos filmes da minha vida.

ELOGIO DA MONARQUIA (II)

Rainha do Rock.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

ELOGIO DA MONARQUIA (I)

Rainha da Jordânia.

RELEITURA PARA HOJE (1)

Sobre o Passeio como Arte. Tema só acessível a seres sensíveis. Para os meus leitores, portanto. Bibliografia recomendada, à distância de um toque.

LISBOA À TOA

Andava com este postal engatilhado há dias. Segundo as últimas notícias — que ouvi agora, por mero acaso, na telefonia —, desta desgraçada cidade, parece que adquiriu súbita actualidade. Então, cá vai a pergunta: «— O orçamento da Câmara Municipal de Lisboa não dará para mandar regular os semáforos e pintar as passadeiras?». Pergunto eu, caminhante compulsivo, ou peão lisboeta, em vocabulário técnico.

AFORISMOS ETERNOS

A verdadeira alegria é uma coisa séria.
SÉNECA
(4 A. C. — 65 D. C.)

LIVRO PARA HOJE (13)

Arte de Ser Português, Teixeira de Pascoaes, introdução de Miguel Esteves Cardoso, edição Assírio & Alvim, colecção Obras de Teixeira de Pascoaes / 10, Lisboa, 1998 (3.ª edição).
Para ler hoje, todinho, de fio a pavio, no dia em que se assinalam 130 anos sobre o nascimento de Teixeira de Pascoaes. Português que nunca tenha lido este livro está ainda cego. A luz reveladora que traz perdurará para sempre. Mãos à obra!, que se faz tarde para salvar Portugal.

ENTRADA NEGRA II

«Dark Entries», Bauhaus.

ENTRADA NEGRA I

«Rosegarden Funeral Of Sores», Bauhaus.

Letra original de John Cale, com clara — ou negra — influência de T. S. Elliot.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

BENDITA TECNOLOGIA

Escrevo, neste momento, tendo nas colunas, graças ao computador, o magnífico som da emissão da Antena 2. Experimentem, agora, e verão que já não querem outra coisa!

ONTEM, HOJE E AMANHÃ

31 de OutubroFesta de Samhain, início do ano Celta, noite do fogo novo e da inspiração, conhecida também por «Halloween». Celebração pagã.
1 de NovembroFesta de Todos os Santos, uma das maiores do Ano Litúrgico, e das mais características e queridas dos Católicos.
2 de NovembroDia de Fiéis Defuntos, ou «Dia de Finados», jornada de íntima comunhão com os que já partiram, e de esperança, para os Crentes.

ENTRADA DE NOVEMBRO

Dia certo para me recordar de que os corpos de todos os meus pessoalíssimos e queridíssimos santos, sábios e heróis repousam mortos debaixo de terra.
Por outro lado, e por todo o lado, vivinhos da silva, rastejam os vermes sub-humanos da vida pós-moderna.