quarta-feira, 18 de julho de 2007

UMA QUESTÃO DE ESCALA

Cleopatra (E. U. A., 1963), Joseph L. Mankiewicz.
Durante o compulsivo visionamentyo semanal da série Rome (já não me acontecia tal coisa desde Twin Peaks de David Lynch), lembrei-me muito de Elizabeth Taylor, que continua a ser a minha Cleópatra preferida. Também me ocorreu que, mesmo que quisesse rever o filme por ela protagonizado, em condições ideais, Lisboa não tem hoje uma sítio com dignidade para projectar a película de Mankiewicz no seu formato original de 70 mm. Finalmente, sei que guardarei para sempre na memória a sessão histórica no Coliseu do Porto — eis um lugar à altura das circunstâncias (que se passará lá hoje?) — onde pude assistir à exibição desta obra-prima do Cinema. Não há ninguém que deite mão ao que resta das grandes salas de Lisboa e as devolva aos cinéfilos? As fitas de dimensão monumental precisam de casas cheias e não podem ser fruídas em cubículos situados dentro de catedrais de consumo para massas desbocadas. Bem avisa o ditado lisboeta: «Não se pode meter o Rossio dentro da Rua da Betesga».