segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

DA ESTÉTICA

No postal ilustrado animado anterior, temos uma diva do nosso tempo. O fascínio que exerce e que a transforma em musa inspiradora — falo por mim — passa pela palavra; e, aqui, a novidade que introduz na cultura pop contemporânea é o exemplar domínio das línguas românicas, abrindo uma brecha no domínio anglo-saxónico, ao compor em francês no seu primeiro álbum. As ideias devem encontrar a linguagem artística apropriada — uma, pode manifestar-se num bailado; e, outra, numa tela —, para serem comunicadas na sua plenitude (quem nos dera artistas totais — à moda do Renascimento — que se expressassem com igual à-vontade em poesia, dança, pintura, escultura, arquitectura, fotografia, literatura, cinema, teatro, música!). A utilização das línguas obedece, naturalmente, ao mesmo conceito. Havendo da parte de alguém o dom do seu domínio, saber usá-las no momento certo, para canalizar pensamentos e despertar emoções, será apenas uma legítima instrumentalização dos meios na busca da criação do Belo. É só isto a Estética. E nós agradecemos aos estetas.